Beatriz Segall nasceu no Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1926, e desde cedo foi marcada por uma formação refinada, com estudos de francês, piano e costura. Mesmo vinda de uma família tradicional, que via o teatro como ambiente pouco respeitável, a jovem se encantou pelos palcos e começou a trilhar o caminho que a transformaria em uma das grandes damas da dramaturgia brasileira.
Antes de se dedicar às artes, trabalhou como professora de francês no fim dos anos 1940, mas o destino a levaria para longe da sala de aula. Nos anos 1950, conquistou uma bolsa para estudar teatro e literatura em Paris e mergulhou definitivamente na carreira artística. Lá, estudou com Henriette Morineau e aprofundou o amor pelo palco, que guiaria toda a sua trajetória.
Em 1954, casou-se com Maurício Klabin Segall, neto do pintor Lasar Segall, e formou uma família com três filhos. Nesse período, interrompeu a carreira por alguns anos, mas voltou em 1964, pronta para assumir seu espaço nas artes brasileiras. Esse retorno marcou o início de uma fase intensa e produtiva, consolidando seu nome entre os grandes da cena nacional.
No teatro, brilhou em mais de 40 peças, com atuações em montagens como Hamlet, Frank V, A Longa Noite de Cristal e Três Mulheres Altas. Recebeu prêmios importantes, como o Governador do Estado, Shell, Mambembe e novamente Shell de Teatro, confirmando a força de sua presença nos palcos.
No cinema, fez papéis pontuais, mas foi na televisão que Beatriz alcançou o reconhecimento popular. Ficou marcada como uma das maiores vilãs da teledramaturgia: primeiro com Lourdes Mesquita em Água Viva (1980) e, sobretudo, como a inesquecível Odete Roitman em Vale Tudo (1988). A pergunta “Quem matou Odete Roitman?” entrou para a história da TV brasileira, tornando-se parte da memória coletiva do país.
Após a novela Anjo Mau (1997), Beatriz declarou que não faria mais longas tramas televisivas, preferindo se dedicar ao teatro e a participações pontuais. Mesmo assim, abriu exceções em produções como Bicho do Mato (2006), Lado a Lado (2012) e na série Os Experientes (2015), sempre deixando sua marca de elegância e intensidade.
Seu talento foi reconhecido oficialmente em 2009, quando recebeu a comenda da Ordem do Ipiranga, homenagem do governo de São Paulo. Nos últimos anos, enfrentou problemas de saúde relacionados à doença de Alzheimer e faleceu em 5 de setembro de 2018, em São Paulo, aos 92 anos.
Beatriz Segall deixou um legado profundo para a cultura brasileira. Sua presença imponente, sua entrega artística e a construção de personagens memoráveis fizeram dela um nome eterno das artes cênicas. Odete Roitman pode ter sido sua personagem mais lembrada, mas sua carreira revela muito mais: uma vida inteira dedicada ao palco, à televisão e à arte como expressão maior.
FONTES
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoas/9146-beatriz-segall
https://memoriaglobo.globo.com/perfil/beatriz-segall/noticia/beatriz-segall.ghtml
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