Divulgado comercialmente a partir de 1908, o Kinemacolor é considerado o primeiro sucesso no processo de colorização de filmes. Vários procedimentos foram usados para colorir filmes, mas o resultado final parecia artificial. Tingimento, coloração à mão, tonalização e coloração de estêncil eram alguns dos processos mais utilizados para dar cor aos filmes mudos produzidos. Outro processo notável é o Handschiegl, que coloria apenas um elemento do negativo, geralmente usado em cenas de fogo ou com ouro.
O Kinemacolor foi criado por George Albert Smith em 1906 e consistia em um processo de cor aditiva de duas cores, fotografando um filme em preto e branco alternadamente com filtros vermelho/laranja e azul/verde e projetando-os através de filtros vermelhos e verdes. Em 1908, foi demonstrado e, a partir de 1909, exibido ao grande público, sendo registrado e conhecido como Kinemacolor, com licenças distribuídas pelo mundo.
Edward Raymond Turner foi o produtor dos filmes coloridos mais antigos do mundo. Após sua morte, George Albert Smith adaptou sua criação. O processo de filmagem dos filmes Kinemacolor envolvia a escolha de filtros vermelhos/laranja e azuis/verdes, dependendo do tema a ser capturado, embora os filmes fossem projetados através de um único conjunto de filtros vermelho e verde. No entanto, o Kinemacolor enfrentou desafios, incluindo a incapacidade de reproduzir todo o espectro de cores devido ao processo de duas cores, fadiga visual e paralaxe de quadro devido ao uso de um processo de quadro sucessivo, além da necessidade de um projetor especial. Os filtros coloridos absorviam tanta luz que os estúdios precisavam ser construídos ao ar livre.
Charles Urban, produtor e distribuidor de filmes e uma das figuras importantes do cinema britânico, exibiu em 1908 filmes feitos em Kinemacolor para a imprensa, mas sem a intenção de exibi-los ao público em geral. Ainda no mesmo ano, diversos eventos exibiram os filmes para um grupo pequeno, inclusive um desses eventos ocorreu na França e contou com os irmãos Lumière entre os convidados. A primeira exibição para o público ocorreu em 1909.
Também em 1909, Charles Urban adquiriu de George Albert Smith a patente do Kinemacolor e fundou a Natural Color Kinematograph Company, produzindo filmes coloridos e cedendo a licença do processo mundialmente. Fora do Reino Unido, o processo só fez sucesso no Japão e nos Estados Unidos. Embora a novidade agradasse, de fato nunca trouxe lucros para a empresa, pois sua instalação e produção eram custosos. Paralelamente, William Friese-Greene desenvolveu outro sistema de cores aditivas para filmes, chamado Biocolour. No entanto, em 1914, George Albert Smith processou Friese-Greene por infringir as patentes do Kinemacolor.
William então contestou a patente do Kinemacolor, chegando a perder a causa a princípio, mas posteriormente a sentença foi anulada, causando a perda da proteção da patente, assim como seu valor comercial e exclusividade. Charles Urban encerrou a Natural Color Kinematograph Company e deu continuidade à empresa agora como Color Films Ltd. Após a derrota oficial sobre a patente, Charles continuou em busca de aprimorar a técnica de coloração, criando o Kinekrom, porém o público não se empolgou com a novidade, havendo poucas exibições.
Durante seu período de sucesso, foram produzidos cerca de mil filmes até a falência oficial da Natural Color Kinematograph Company, em 1924. A maioria dos filmes produzidos foi destruída com a falência da produtora, devido à percepção de que não tinham mais valor comercial ou interesse. Hoje, algumas cópias estão preservadas e mantidas no BFI National Archive e no Cinema Museum. Uma versão incompleta de "A Letra Escarlate", produzida em 1913, está sob posse da George Eastman House.
https://filmcolors.org/timeline-entry/1214/
https://mundodecinema.com/kinemacolor-uma-visita-ao-mar-e-o-inicio-do-cinema-a-cores/
https://www.widescreenmuseum.com/oldcolor/kinemaco.htm
https://lukemckernan.com/2017/07/17/discovering-kinemacolor/
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