DICIONÁRIO RETRÔ - ALLA NAZIMOVA

Hoje nosso dicionário retrô resgata a fantástica, polêmica e fascinante Alla Nazimova, uma das atrizes mais ousadas e fantásticas do cinema silencioso e que hoje está injustamente esquecida. Nascida Mariam Edez Adelaida Leventon em 22 de maio de 1879, era a caçula de três filhos de pais judeus. Seus pais se divorciaram quando ela tinha apenas 8 anos. Após seus pais se separarem, Nazimova passou por orfanatos, internatos e cuidada por parentes.
O interesse pelo teatro surgiu na adolescência. Tomou aulas de interpretação na Academia de Teatro de Moscou, ela se juntou ao Constantin Stanislavski's Moscow Art theatre, usando o seu nome artístico "Alla Nazimova" pela primeira vez. Seu nome artístico, consistia de uma combinação de um diminutivo de Adelaida (Alla) e o sobrenome de Nadezhda Nazimova, uma heroína de um romance russo sobre crianças de rua. Quando chegou aos cinemas, assinava simplesmente Nazimova (como podemos ver nos créditos de "Camille" e "Salomé").
A carreira de Nazimova no teatro ascendeu rapidamente: em 1903 ela já era uma grande estrela em Moscou e São Petersburgo. Em 1905 mudou-se para Nova York e fundou um teatro em língua russa, o empreendimento não foi bem sucedido. Seu primeiro filme mudo foi rodado em 1916, enquanto Nazimova fazia o filme, aprendia inglês com a mãe de um dos atores do filme. Em 1917 ela negociou um contrato com a Metro Pictures, que futuramente seria MGM. Logo em seguida começou a produzir e a escrever seus próprios filmes, além de desenvolver sua própria técnica de interpretação, considerada ousada e escandalosa para a época. Fazia questão de ter tanto no elenco, quanto na produção gays e lésbicas. Também estrelou ao lado de Rudolph Valentino uma versão de "Camille" em 1921, que foi totalmente alterada do original. A história se passava na década de 20 trazendo um ar de androginia, característica sempre presente nos seus filmes.
 Seus projetos "A Doll's House" de 1922, baseado em Ibsen e "Salomé" de 1923 baseado em Oscar Wilde, foram grandes fracassos. Com isso os financiadores acabaram retirando seu apoio e Nazimova acabou desistindo do cinema e voltou para a Broadway, onde recuperou o êxito. Nazimova só voltaria aos filmes na década de 40, em pequenas participações, já no cinema falado. Nazimova era conhecida pelo seu estilo de vida particular, considerado escandaloso: era abertamente bissexual, tendo se envolvido com Mercedes de Acosta, Dolly Wilde, Jean Acker, entre outras mulheres. Chegou a se casar de fachada com Charles Bryant, já que era casada com Sergei Golovin quando ainda morava na Rússia.
Quando esse fato chegou ao conhecimento geral, Nazimova mais uma vez foi motivo de escândalo. Em 1918 comprou uma mansão na Sunset Boulevard em Hollywood e a apelidou de "The Garden of Allah", local onde muitos diziam rolar festas escandalosas e orgias. Em 1926 à beira da falência, ela transformou a mansão em um hotel, vendendo-o anos depois. Ironicamente passou seus últimos dias em um quarto alugado no hotel, morrendo em 13 de julho de 1945 de uma trombose coronária aos 66 anos.

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