Theda Bara foi uma das atrizes mais populares do seu tempo, suas personagens na maioria das vezes eram mulheres sedutoras. Graças a esses papéis ela recebeu a alcunha de "Vamp", termo denominado a atrizes que interpretavam com certa frequência mulheres predadoras e de forte apelo sexual. Fora das telas, era uma mulher completamente diferente: era tímida e bastante discreta. Um incêndio no acervo da Fox, na década de 30, causou a perda da maioria dos seus filmes. Os filmes sobreviventes não fazem muita justiça à aura sensual que ela adquiriu durante sua carreira. A perda dos seus filmes e o abandono da carreira, fizeram com que ela se tornasse um dos mitos do cinema.
Seu nome de batismo era Theodosia Burr Goodman. A origem de seu nome artístico é tema de diversas controvérsias: alguns o atribuem ao diretor Frank Powell que descobriu que seu apelido na infância era Theda e que ela tinha um parente com o sobre nome Baranguer, abreviando-o. Outros o atribuem à máquina de publicidade da Fox que percebeu que seu nome em inglês era um anagrama de "Morte Árabe". Durante a divulgação de "Cleópatra" chegaram a publicar que ela era filha de um Sheik árabe e uma mulher francesa e que ela havia nascido no Saara. Durante toda sua carreira, a alcunha de mulher exótica lhe perseguiu e fortaleceu seu sucesso nas bilheterias.
Sua primeira aparição no cinema ocorreu em 1914, no filme "The Stain", usando seu nome de batismo. Esse filme passou anos sendo considerado um filme perdido, até ser redescoberta uma cópia na Austrália na década de 90. Seu segundo filme seria "Escravo de uma Paixão" (A Fool There Was), sendo dirigida por Frank Powell que havia dirigido "The Stain", neste filme, ela já aparece com seu nome artístico e sua personagem no filme é conhecida pela alcunha de "Vamp". Graças ao sucesso do filme, o termo "Vamp" popularizou-se e Theda Bara atingiu o patamar de estrela. Foi durante a divulgação desse filme que sua imagem de mulher exótica foi criada. Esse também é um dos poucos filmes estrelados por ela que sobreviveram ao tempo e traz uma certa dimensão de como ela possuía um estilo diferenciado de atuação, sendo copiada posteriormente por diversas atrizes contemporâneas.
Em 1918, interpretou outra personagem icônica: "Salomé". O filme foi sucesso de bilheteria, mas causou a ira de movimentos religiosos que consideravam o filme vulgar e nada fiel à história bíblica. Os trajes usados por ela durante o filme também foram motivos de protestos. Theda Bara foi a maior estrela da Fox entre 1915 e 1919, mas em 1920 ela decidiu não renovar seu contrato com o estúdio, pois estava cansada dos mesmos papéis de Vamp e as raras oportunidades de papéis que fugissem desse estereótipo. Ela ficou cerca de 5 anos sem atuar nos cinemas, fazendo uma breve aparição teatral, bastante criticada.
Em 1925, faria "A Mulher Implacável" (The Unchastened Woman) produzido em um estúdio independente. Após fazer em "Madame Mystery" de 1926, um papel que parodiava suas personagens vamps, ela decide se aposentar das telas. Ela ainda fez uma breve aparição no curta "45 Minutos de Hollywood" (45 Minutes from Hollywood) do mesmo ano. Posteriormente fez algumas aparições em transmissões de rádio e chegou a pensar em um retorno ao cinema, mas isso nunca aconteceu.
Em 1937, um incêndio na Fox destruiu quase toda a sua filmografia, dificultando o acesso posterior à sua obra. Poucos filmes sobreviveram integralmente, enquanto outros sobreviveram como fragmentos, fazendo com que ela fosse considerada a atriz com o maior número de filmes perdidos. Após se aposentar, passou a viver discretamente ao lado do marido, o diretor Charles Brabin em uma propriedade, fazendo raras aparições, contrariando a imagem criada a seu respeito. Ela faleceu aos 69 anos em 7 de abril de 1955.
“A Vamp que interpreto é a vingança do meu sexo contra seus exploradores. Você vê, eu tenho o rosto de uma vampira, mas o coração de uma feminista.”
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