GILDA DE ABREU - A PRIMEIRA MULHER A DIRIGIR UM FILME CAMPEÃO DE BILHETERIA NO BRASIL

Gilda de Abreu se destacou como cineasta, atriz, cantora, escritora e radialista. Após iniciar sua carreira no teatro na década de 1930 e fazer sucesso no cinema com "Bonequinha de Seda" (1936), ela alcançou seu maior reconhecimento como diretora com o filme "O Ébrio" (1946), um enorme sucesso comercial e de crítica que a consagrou como uma das primeiras mulheres a dirigir um longa-metragem no Brasil. Apesar de seus filmes seguintes não repetirem o mesmo êxito, Gilda deixou um legado importante na cultura brasileira, também contribuindo com radionovelas, literatura e poesia ao longo de sua carreira.

Gilda de Abreu nasceu em 23 de setembro de 1904 em Paris, França, filha de uma cantora lírica portuguesa e de um médico diplomata. Ainda jovem, retornou ao Brasil, onde foi educada em colégios de elite e formou-se em canto lírico em 1927. Apesar da paixão pelo teatro, hesitou em atuar devido ao preconceito contra atrizes na época.

A década de 1930 foi marcada por mudanças importantes no Brasil, refletindo uma busca por um estilo de vida europeu entre a burguesia urbana. Nesse contexto, o cinema brasileiro começou a se desenvolver com a introdução do som e a criação de novos estúdios. Gilda, com sua carreira multifacetada, tornou-se um símbolo dessa evolução.

Em 1933, ela estreou no teatro protagonizando a opereta "A Canção Brasileira" e, posteriormente, casou-se com o cantor Vicente Celestino, com quem atuou em várias produções.

Em 1936, estreou no cinema com o filme "Bonequinha de Seda", pensado especialmente para ela e baseado em sua vida. O filme teve grande sucesso e marcou uma nova fase para o cinema nacional. Após o sucesso, o diretor Oduvaldo Vianna planejou novos projetos com Gilda, mas desentendimentos levaram a atriz a se afastar do cinema por um tempo.

Ela retornou ao teatro em 1939 com a opereta "Mizú", mas a produção não teve sucesso. Gilda então passou a escrever peças e a colaborar na carreira de seu marido.

Na década de 1940, começou a escrever radionovelas com grande sucesso. Em 1946, dirigiu seu primeiro filme, "O Ébrio", tornando-se uma das primeiras mulheres a dirigir um longa-metragem no Brasil. O filme foi um sucesso comercial e de crítica. Em seguida, dirigiu "Pinguinho de Gente" e "Coração Materno", que não repetiram o êxito de sua estreia.

Após esses fracassos, Gilda se afastou do cinema e se dedicou à literatura, adaptando suas histórias para o rádio, escrevendo romances e também literatura infantil. Com a morte de Vicente Celestino em 1968, Gilda intensificou sua produção escrita, criando poesias, roteiros e peças. Em 1977, casou-se com José Spintto e fundou um centro cultural em homenagem à sua mãe. Gilda de Abreu faleceu em 4 de junho de 1979 no Rio de Janeiro, vítima de uma trombose cerebral. 

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