ÍCONES DO CINEMA MUDO - DOUGLAS FAIRBANKS SR.

 

Douglas Fairbanks foi um dos rostos mais emblemáticos da Era de Ouro do cinema mudo, símbolo do espírito aventureiro de Hollywood e verdadeiro arquétipo do herói romântico e atlético. Sua trajetória acompanha o próprio desenvolvimento da indústria cinematográfica americana, desde seus primórdios até o auge dos estúdios e, mais tarde, sua transformação com a chegada do cinema sonoro.

Fairbanks começou a carreira no teatro e logo migrou para o cinema, onde se destacou pelas comédias leves e enérgicas ainda na década de 1910. Filmes como "His Picture in the Papers" (1916) e "Wild and Woolly" (1917) mostravam seu carisma e apelo físico. Mas foi com a fundação da United Artists, em 1919, ao lado de Charlie Chaplin, Mary Pickford e D. W. Griffith, que ele consolidou sua posição como uma das figuras mais poderosas de Hollywood.

Durante os anos 1920, Fairbanks reinventou-se como herói de aventuras, encarnando personagens como Zorro, D'Artagnan e Robin Hood, sempre com uma mistura irresistível de charme, acrobacia e idealismo. "A Marca do Zorro" (The Mark of Zorro), de 1920, foi um marco, seguido por superproduções como "Robin Hood" (1922) e "O Ladrão de Bagdá" (The Thief of Bagdad), em 1924. Esses filmes estabeleceram um novo padrão para o gênero de aventura e demonstraram seu compromisso com a excelência técnica e narrativa.

No entanto, a chegada do cinema sonoro abalou a posição de Fairbanks. Seu primeiro filme falado, "O Máscara de Ferro" (The Iron Mask), em 1929, ainda mantinha elementos do cinema mudo, mas evidenciava o contraste entre o estilo físico que o consagrara e as exigências da nova era. Seu último filme foi "Os Amores de Don Juan" (The Private Life of Don Juan), em 1934, uma produção britânica que marcou sua despedida das telas.

Paralelamente à queda na popularidade, sua vida pessoal também enfrentou turbulências. O casamento com Mary Pickford, que havia se tornado um dos casais mais admirados de Hollywood, chegou ao fim em 1936. A essa altura, Fairbanks já se afastava dos holofotes e de Hollywood, optando por uma vida mais reservada.

Douglas Fairbanks faleceu em 1939, aos 56 anos, mas seu legado permanece vivo como um dos maiores ícones do cinema mudo. Sua energia contagiante, os cenários exuberantes e a elegância com que dominava a tela continuam a inspirar gerações de cinéfilos e estudiosos do cinema clássico.

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