Ao longo de mais de quatro décadas dedicadas à televisão brasileira, Ivani Ribeiro construiu um legado que atravessa gerações e permanece vivo na memória afetiva do público. Dramaturga sensível e versátil, ela se destacou por sua habilidade em retratar o cotidiano com emoção e humanidade. Foi uma das autoras mais produtivas e respeitadas da teledramaturgia nacional, com uma carreira marcada tanto por criações originais quanto por adaptações de suas próprias obras e de outros autores.
Ivani iniciou sua trajetória no rádio, escrevendo peças e radionovelas que fizeram sucesso na década de 1940. Sua estreia na televisão aconteceu nos anos 1950, com a série "Os Eternos Apaixonados", exibida pela TV Tupi. A partir daí, passou a criar telenovelas e seriados, destacando-se por sua criatividade e pela construção de personagens cativantes. Nos anos 1960 e 1970, consolidou seu nome com títulos como "A Muralha" (1968), baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz, e "Mulheres de Areia" (1973), uma história de forte apelo emocional que marcou época ao retratar as gêmeas Ruth e Raquel — personagens opostas vividas por Eva Wilma.
Um dos grandes sucessos da carreira de Ivani foi "A Gata Comeu" (1985), uma adaptação bem-humorada de sua própria novela "A Barba-Azul" (1974). Com diálogos ágeis e personagens carismáticos, a trama conquistou o público jovem e tornou-se um marco da faixa das 18h. Essa capacidade de reinventar suas histórias e ajustá-las aos novos tempos fez com que muitas de suas novelas fossem revisitadas com grande sucesso, como foi o caso da nova versão de "Mulheres de Areia" exibida em 1993, agora com Glória Pires como protagonista.
A autora também se destacou por abordar temas espirituais e sobrenaturais de forma pioneira na teledramaturgia, como em "A Viagem" (1975), inspirada nos ensinamentos espíritas de Allan Kardec. Em 1994, a novela foi reescrita por Ivani com enorme repercussão, reunindo um novo elenco e mantendo a essência da narrativa sobre vida após a morte. Essa temática, tratada com delicadeza, atraiu tanto os que buscavam entretenimento quanto os que se interessavam por reflexões mais profundas.
Ivani Ribeiro faleceu em 1995, deixando um extenso repertório de obras que continuam a ser lembradas e reprisadas. Seu talento para contar histórias simples com grande sensibilidade fez dela uma das vozes mais marcantes da televisão brasileira. A forma como captava os sentimentos humanos e os transformava em dramaturgia é parte do que eterniza seu nome na história das novelas.
FONTE
https://memoriaglobo.globo.com/perfil/ivani-ribeiro/noticia/ivani-ribeiro.ghtml
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