Publicado em 1848, o romance La Dame aux Camélias, de Alexandre Dumas Filho, é uma obra de forte cunho emocional e social. Inspirado em um caso real vivido pelo autor, o livro narra a trágica história de amor entre Marguerite Gautier, uma cortesã da alta sociedade parisiense, e Armand Duval, um jovem burguês que se apaixona por ela. Sensível e profundamente crítico aos costumes da época, o romance conquistou gerações e se tornou uma das histórias mais adaptadas para o teatro, a ópera — com destaque para La Traviata, de Verdi — e o cinema. No universo do cinema falado, há inúmeras adaptações célebres. Mas no cinema mudo, apesar de algumas terem sido esquecidas com o tempo, existem obras marcantes que merecem ser redescobertas.
La Dame aux Camélias (1907)
Uma das primeiras adaptações cinematográficas do romance, esta produção francesa foi dirigida por André Calmettes, com Sarah Bernhardt no papel de Marguerite Gautier. Bernhardt, já consagrada nos palcos por interpretar a personagem, traz para a tela toda a expressividade do teatro. Este filme curto da Pathé Frères é um dos primeiros exemplos do uso do cinema como extensão da arte dramática.
La Dame aux Camélias (1912)
Dirigido por André Calmettes, Louis Mercanton e Henri Pouctal, este filme francês contou com Sarah Bernhardt no papel de Marguerite Gautier. Bernhardt, já consagrada nos palcos por interpretar a personagem, trouxe para a tela toda a expressividade do teatro. Este filme da Pathé Frères é um dos primeiros exemplos do uso do cinema como extensão da arte dramática .
Camille (1912)
Dirigido por Jay Hunt, este curta-metragem americano é uma das primeiras adaptações cinematográficas do romance de Dumas Filho. Embora existam poucas informações disponíveis sobre o elenco, a produção buscava explorar a fama da história de Marguerite Gautier e sua trágica trajetória .
La signora delle camelie (1915)
Dirigido por Gustavo Serena, que também interpretou Armand Duval, este filme italiano traz Francesca Bertini como Marguerite Gauthier. Produzido pela Caesar Film, destaca-se pela atuação intensa de Bertini, uma das maiores estrelas do cinema mudo europeu .
La signora delle camelie (1915)
Esta segunda versão italiana lançada em 1915 foi dirigida por Baldassarre Negroni e estrelada por Hesperia no papel principal. Produzido pela Tiber Film, o longa foi filmado secretamente para concorrer com a adaptação de Bertini, gerando uma das primeiras disputas judiciais da história do cinema italiano.
Camille (1917)
Dirigido por J. Gordon Edwards e produzido pela Fox Film Corporation, este drama mudo norte-americano foi estrelado por Theda Bara como Marguerite Gauthier, ao lado de Alan Roscoe como Armand Duval. Conhecida por seus papéis de “vamp”, Bara ofereceu uma interpretação mais sombria da protagonista. Infelizmente, o filme é considerado perdido, como tantas outras produções da Fox destruídas no incêndio de 1937 .
Camille (1921)
Com direção de Ray C. Smallwood, esta versão é lembrada por sua ousadia visual. Alla Nazimova interpreta Marguerite, enquanto Rudolph Valentino vive Armand. Produzido pela Metro Pictures, o filme transporta a história para a Paris dos anos 1920, com cenários e figurinos de estética Art Déco. Nazimova, que também assinou a produção, imprimiu à obra um estilo pessoal e vanguardista, inovando na adaptação do clássico .
Camille (1926)
Dirigido por Fred Niblo, trouxe no elenco Norma Talmadge no papel principal, além de Gilbert Roland como Armand Duval. Esta produção marcou um dos últimos grandes papéis da atriz no cinema mudo. Com figurinos luxuosos e trilha sonora de William Axt, o filme é considerado uma das versões mais elegantes e sofisticadas da história no período silencioso do cinema .
Camille (1926)
Dirigido por Ralph Barton, este curta-metragem satírico foi uma paródia da famosa história de Dumas. Realizado como uma espécie de filme amador com celebridades da cena artística e literária de Nova York, contou com a participação de figuras como Paul Robeson, Sinclair Lewis, George Jean Nathan e Anita Loos.
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