IN MEMORIAM - MAZZAROPI

Amácio Mazzaropi é um dos nomes mais emblemáticos do cinema brasileiro. Sua trajetória artística começou nos palcos e no circo, onde demonstrou desde cedo um talento natural para o humor. Foi nesse ambiente que ele desenvolveu a persona do caipira que o acompanharia por toda a carreira e o transformaria em ícone da cultura popular.

Sua popularidade se consolidou no rádio, especialmente a partir de 1948 com o programa "Rancho Alegre", transmitido pela Rádio Tupi. Pouco depois, com a chegada da televisão, foi responsável pelo primeiro programa humorístico exibido no Brasil, ampliando seu alcance e se firmando como um pioneiro na transição entre diferentes meios de comunicação.

No cinema, sua estreia veio em 1952 com "Sai da Frente", produzido pela Companhia Vera Cruz. A partir daí, seguiu construindo uma filmografia voltada para o público popular, com personagens simples e situações cotidianas. Filmes como "Candinho" (1953) e "Jeca Tatu" (1959) o consagraram como o grande intérprete do caipira brasileiro, figura que conquistou milhões de espectadores.

Em 1958, Mazzaropi fundou sua própria produtora, a PAM Filmes, garantindo independência criativa e financeira. O primeiro título lançado foi "Chofer de Praça", sucesso que abriu caminho para que ele mesmo controlasse todo o processo de produção e distribuição de suas obras, algo raro no cinema nacional da época.

A estrutura foi ampliada na década de 1960 com a criação de um estúdio em Taubaté, onde se montou uma verdadeira cidade cenográfica, equipada para produzir longas em sequência. Nesse espaço, foram realizados filmes marcantes como "Tristeza do Jeca" (1961), primeiro em cores de sua produtora, além de sucessos como "O Corintiano" (1966) e "Portugal... Minha Saudade" (1973).

Ao longo da carreira, Mazzaropi protagonizou, dirigiu e produziu mais de trinta longas-metragens, sempre com enorme retorno de público. Sua fórmula simples, baseada na valorização da cultura popular e no humor acessível, garantiu um legado que atravessa gerações. Mazzaropi faleceu em 1981, mas sua figura permanece viva na memória nacional como um símbolo do cinema popular brasileiro, eternizando o caipira como personagem central da identidade cultural do país.

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