O CARISMA DE GREGORY PECK
Gregory Peck foi um dos atores mais carismáticos e talentosos que pisaram em Hollywood. Ele era capaz de fazer qualquer tipo de papel, mas foi interpretando personagens bondosos que ele se firmou em Hollywood. Seu primeiro e único Oscar veio graças a um de seus inúmeros papéis de homens íntegros. Seu carisma era tão apaixonante que mesmo interpretando vilões, ele tinha a afeição do público que prestigiava seus filmes e fora das telas ele era um verdadeiro cavalheiro.
Seu nome de batismo era Eldred Gregory Peck, nascido em 5 de abril de 1916. Seus pais se divorciaram quando ele tinha apenas 5 anos e a partir de então foi criado por sua avó materna que lhe levava para o cinema todas as semanas. Com 10 anos foi enviado para uma escola militar. Na adolescência, seu maior sonho era tornar-se médico, mas tudo conspirou contra.
Sua voz e sua postura chamaram a atenção na universidade e ele então decidiu participar de oratórias. Obteve incentivo de seu professor de atuação, que via nele um grande potencial. No final, ele acabou atuando em cinco peças na universidade. Seu primeiro papel em um teatro profissional surgiu em 1941. No ano seguinte, faria sua estreia na Broadway.
Seu primeiro papel no cinema surgiu em 1944, após uma vasta experiência nos palcos. "Quando a Neve Tornar a Cair" (Days of Glory) seria um desastre de crítica e bilheteria, porém Peck teria seu desempenho notado e elogiado pelos críticos. O seu segundo filme, seria "As Chaves do Reino" (The Keys of the Kingdom), ainda em 1944 e seu papel no filme, seria o resumo do tipo de papel que lhe traria aclamação posteriormente. No filme, ele interpreta um padre que faz uma retrospectiva de sua vida dos 20 aos 80 anos. Novamente, Peck se via em um filme não tão aclamado pelos críticos que estavam arrebatados por sua performance. Por seu desempenho no filme, receberia sua primeira indicação ao Oscar, perdendo para Fredric March em "Os Melhores Anos de Nossas Vidas" ( The Best Years of Our Lives).
Em seu terceiro filme, Peck finalmente sentiria o gosto de estar em um filme bem recebido pela crítica. Em "O Vale da Decisão" (The Valley of Decision), Peck divide a cena com Greer Garson, uma das atrizes mais populares da década de 40. Entre 1945 e 1951, Peck seria um dos atores mais populares de Hollywood. Foi durante esse período que sua carreira ascendeu. Em 1945, ao lado de Ingrid Bergman, estrelaria "Quando Fala o Coração" (Spellbound), sob direção de Alfred Hitchcock.
No ano seguinte, estrelaria um de seus filmes mais famosos: "Duelo ao Sol". Ironicamente, no filme ele interpreta o vilão, mas isso não o impediu de estar entre os astros mais populares do ano. O filme atingiu o segundo lugar das maiores bilheterias. Ainda em 1946, voltaria aos papéis de mocinho em "Virtude Selvagem" ( The Yearling), considerado um dos filmes mais marcantes produzidos pela MGM. Por "Virtude Selvagem", ele receberia sua segunda indicação ao Oscar na categoria de Melhor Ator.
Em 1947, estrelaria mais um filme marcante: "A Luz é Para Todos" (Gentleman's Agreement), dirigido por Elia Kazan. No filme, Gregory Peck é um jornalista que é encarregado de escrever sobre o antissemitismo. Para dar mais realidade à matéria, o jornalista se passa por um judeu e experimenta o preconceito. O filme foi a maior bilheteria da Fox no ano de sua produção, além de dar a Peck sua terceira indicação ao Oscar. Posteriormente, ele diria que esse era um de seus filmes favoritos.
Em 1947 viria "Agonia de Amor" (The Paradine Case ) segundo e último filme de Gregory Peck sob direção de Alfred Hitchcock. Em 1949, ele faria "Almas em Chamas", filme pelo qual receberia sua quarta indicação ao Oscar. Ainda no final da década de 40, ingressaria para o faroeste, gênero bastante popular, estrelando os filmes "Céu Amarelo'' (Yellow Sky) e "O Matador" (The Gunfighter).
Em 1953, faria "A Princesa e o Plebeu" (Roman Holiday), ao lado de uma estreante Audrey Hepburn. Conhecido por sua generosidade, permitiu que o nome de Audrey viesse antes do seu, pois segundo ele "ela ganharia o Oscar por aquele papel". E ele acabou acertando em cheio e o filme além de ser um grande sucesso, foi o responsável pela ascensão de Audrey Hepburn em Hollywood.
Após uma série de papéis dramáticos e cômicos, Peck estrelaria "O Sol é Para Todos" (To Kill a Mockingbird), filme que definitivamente lhe imortalizaria na história do cinema. No filme, ele interpreta um advogado gentil que defende um homem negro da acusação de estupro de uma mulher branca. O filme foi um grande sucesso, recebendo diversos prêmios e Peck finalmente recebeu seu primeiro e único Oscar.
Em 1967, Peck chegou a ser presidente da Academia do Oscar e presidente do Conselho de Curadores do American Film Institute de 1967 a 1969. Em 1978, faria um vilão no filme "Os Meninos do Brasil" (The Boys From Brazil). Durante a década de 80, chegou a fazer alguns projetos televisivos e chegou a diminuir o ritmo de trabalho.
Peck se aposentou em 1991 e passaria os anos seguintes viajando pelo mundo, dando palestras e falando sobre seu trabalho no cinema. Peck faleceria aos 87 anos em 12 de junho de 2003, mas ele será sempre lembrado pela sua bondade e carisma dentro e fora das telas.