DICIONÁRIO RETRÔ - LUCILLE BALL

Poucas atrizes conseguiram chegar ao patamar que Lucille Ball atingiu: além de atriz, era empresária, teve uma próspera e feliz carreira no cinema, mas foi na televisão que se imortalizou, ganhando a alcunha de "A Rainha da Comédia" e "A Primeira Dama da Televisão". Nascida Lucille Désirée Ball, em 06 de agosto de 1911, em Jamestown em Nova York. Era de uma família batista, aos três anos se mudou com os pais para Anaconda e depois para Trenton. Após a morte de seu pai, sua mãe voltou para Nova York, junto com Lucille e seu irmão Fred. Lucille teve o encorajamento de seu avô Fred, que gostava de teatro e a levava frequentemente aos espetáculos. Aos 14 anos foi estudar em uma escola de artes dramáticas em Nova York, um período não muito feliz em sua vida.
Após trabalhar como modelo por alguns anos, em 1932, Lucille retorna para Nova York, em busca de oportunidades como atriz na Broadway. Chegando a se mudar para Hollywood. Nesse período conseguiu pequenas participações em filmes dos estúdios RKO. Alguns filmes de Fred Astaire e Ginger Rogers, como "Roberta", "O Picolino" (Top Hat) e "Nas Águas da Esquadra" (Follow the Fleet). Seu primeiro grande papel de destaque ocorreria no filme "No Teatro da Vida" (Stage Door), ao lado de Katharine Hepburn e Ginger Rogers. Um papel de destaque na década de 40, seria o noir "Envolto nas Sombras" (The Dark Corner), que já dava uma prévia de sua versatilidade como atriz, já que Lucille interpretava uma personagem bem séria.
Em 1948, apareceu como Liz Cugat em um programa chamado "My Favorite Husband", transmitido pela CBS Radio. O programa tornou-se um grande sucesso e a CBS pediu para que fosse desenvolvido uma versão televisiva. Lucille concordou, mas desde que Desi Arnaz, seu marido na época, estrelasse junto com ela o programa. A princípio os executivos não gostaram da ideia, pelo fato de Lucille ser norte-americana e seu marido um cubano. Eles temiam que o público não reagisse bem, porém a dupla saiu em turnê de vaudeville se apresentando em night clubs para provar que os executivos estavam errados e que o casal possuía carisma. Com o sucesso da turnê, o canal deu sinal verde para a produção do programa. O programa sofreu algumas alterações da produção radiofônica e passou a se chamar "I Love Lucy". Foi produzido pela CBS, em conjunto com a Desilu, um estúdio criado pelo casal, que não só produziu "I Love Lucy", como outras séries de sucesso como "Star Trek", "Mission: Impossible" entre outras.
"I Love Lucy" teve sua primeira exibição em 15 de outubro de 1951, sendo encerrado em 6 de maio de 1957, após seis temporadas, das quais as quatro primeiras. o show era líder absoluto de audiência nos Estados Unidos e Lucille graças ao show se consagrou como uma grande atriz e comediante. Durante sua exibição o show ganhou mais de 200 prêmios, além de 5 Emmys.
Lucille chegou a trabalhar durante toda sua segunda gravidez, sendo assim a primeira atriz a trabalhar grávida do começo ao fim de uma gestação em alguma produção. Geralmente naquela época, as atrizes quando engravidavam, optavam por se afastar de qualquer tipo de projeto. Durante o ápice do show, o casal chegou a fazer alguns filmes juntos, provando que a química e o sucesso, não ficava restrito apenas ao show televisivo. Entre os filmes o grande destaque fica com "Lua de Mel Agitada" (The Long, Long, Trailer) de 1953, dirigido por Vincente Minnelli. A própria série rendeu um filme em 1953 intitulado "I Love Lucy - The Movie", que curiosamente não foi exibido nos cinemas e passou anos arquivado.
Lucille e Desi, acabaram se separando em 1960, após 20 anos de casamento e dois filhos. Desi vendeu sua parte do estúdio para Lucy, que passou a administrar sozinha todo o império, com ajuda esporádica do ex-marido. Em 1967, após uma também próspera carreira de empresária, decidiu vender a Desilu por 17 milhões de dólares. Lucille se casaria mais uma vez com Gary Morton, também ator e humorista. Tocando os negócios, Lucille passou a ser considerada uma das mulheres mais poderosas de Hollywood. Chegou a estrelar as séries "The Lucy Show" entre 1962 a 1968, "Here's Lucy" entre 1968 e 1974. Mesmo com uma carreira próspera e ativa na televisão, Lucille continuou a fazer filmes. Chegou a fazer dois filmes com Bob Hope e os aclamados "Os Meus, os Seus, e os Nossos" (Yours, Mine and Ours", ao lado de Henry Fonda, em 1968 e "Mame em 1974. Durante a década de 70 fez esporádicas participações na Tv.
Durante a década de 80, Lucille tentou retornar para a televisão. Desse período destacam-se o filme "Stone Pillow" de 1985. Em 1986, teve seu projeto "Life with Lucy" cancelado, após menos de dois meses de exibição, além da morte de Desi, uma das pessoas mais importantes em sua vida, em dezembro, aos 69 anos de câncer. Sua última aparição pública foi na 61ª Cerimônia do Oscar em março de 1989, onde foi ovacionada em pé. No mês seguinte, após uma complicada cirurgia cardíaca ocorrida dias antes devido a uma ruptura da aorta, Lucy acabou sofrendo uma segunda ruptura, a qual acabou não resistindo e vindo a falecer aos 77 anos no dia 26 de abril de 1989.

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