Barro Humano (1929) |
Anteriormente, fiz uma série de posts sobre filmes mudos perdidos e um post sobre a preservação de filmes mudos. Aqui no Brasil não seria diferente. Além de sofrermos com a perda de diversos filmes e uma grande obscuridade de informações sobre os primórdios do cinema brasileiro, sofremos também com a falta de memória e respeito a nossa arte e cultura. Na lista contida neste artigo, trago filmes da era silenciosa e falada.
Paz e Amor (1910)
Um dos filmes brasileiros mais antigos considerados perdidos. De acordo com as pesquisas que fiz, mesmo sendo um filme mudo, era um musical, tendo inclusive uma música de Chiquinha Gonzaga, a clássica "Ô Abre Alas". De acordo com materiais da época, sua duração era de cerca de uma hora e chegou a ser exibido em uma versão colorida (provavelmente tendo o negativo tintado ou pintado à mão).
Barro Humano (1929)
Dirigido por Adhemar Gonzaga, um dos mais importantes (e hoje esquecidos) nomes do princípio do cinema brasileiro. No elenco, destaque para Eva Nill, considerada a Greta Garbo brasileira, largando a carreira de atriz por causa da precariedade das produções naquela época. Chegou a ser censurado em Portugal. O negativo original desapareceu no início da década de 40 e na década de 50 a única cópia sobrevivente foi perdida em um incêndio.
Favela dos Meus Amores (1936)
Já na era sonora, "Favela dos Meus Amores", dirigido por Humberto Mauro (outro nome importante da era clássica do cinema brasileiro) e protagonizado por Carmen Santos, uma das primeiras mulheres a dirigir filmes no Brasil, foi um dos primeiros filmes a retratar a realidade das favelas. Parte das cenas do filme foram gravadas na Favela da Providência, a primeira favela carioca. No início da década de 50, menos de 20 anos de sua realização, já era considerado perdido.
Moleque Tião (1943)Dirigido por José Carlos Burle, este seria o primeiro filme a ser produzido pela Atlântida, além de ser a primeira aparição de Grande Otelo no cinema. De acordo com fontes da época, havia uma aparição de Carmen Miranda em um número musical.
Pinguinho de Gente (1949)
Escrito e dirigido por Gilda de Abreu, responsável pelo grande sucesso de crítica e bilheteria do filme "O Ébrio". Em "Pinguinho de Gente", a diretora não conseguiu repetir o êxito do filme anterior e posteriormente o filme tornou-se obscuro até ser oficialmente considerado perdido.
Senhorita Agora Mesmo (1927)
Único filme produzido pela Atlas-Film, produtora criada por Eva Nil e seu pai Pietro (Pedro) Comello. Além de dirigir, Pietro também atuou e produziu, enquanto Eva, além de atuar, trabalhou como assistente de laboratório, câmera, publicitária e produtora. No filme, Eva interpretou uma mulher valente, ao invés de uma mocinha indefesa, papel bastante comum nos filmes da época.
A Escrava Isaura (1949)
Baseado no livro homônimo de Bernardo Guimarães, tinha como protagonista Fada Santoro e foi produzido pela Cinelândia.
Acabaram-se os Otários (1929)
Considerado o primeiro filme sonoro do cinema brasileiro e nem por essa importância, foi preservado. Existe uma reconstituição do filme composta por fragmentos, fotografias e matérias de jornais.
Inconfidência Mineira (1948)
Dirigido, escrito e produzido por Carmen Santos (que também atuou no filme), foi uma das obras mais audaciosas do cinema clássico brasileiro. Demorou 11 para ser finalizado. Começou a ser produzido em 1937, iniciando as filmagens em 1941 e terminando as filmagens e edição em 1948. Mesmo com tanto cuidado e esmero em sua produção, acabou sendo um fracasso comercial, resultando na falência da produtora de Carmen Santos.
O Mistério do Dominó Preto (1931)FONTES
CONTRACAMPO - Complemento para minha lista
BBC.ORG.BR - Algumas fotos do artigo
ENCICLOPÉDIA ITAU CULTURAL - Informações complementares sobre alguns filmes
MEMORIA.BN.BR - Algumas fotos do artigo
CINEMATECA - Informações complementares sobre alguns filmes e fotos
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