CINEMATECA - SRA HARRIS VAI A PARIS (2022)

Vocês que acompanham meu blog devem estar achando estranho um post sobre um filme recente, mas esse filme tem toda a aura "retrô" e clássica que eu gosto e decidi escrever um pouco sobre ele. O que me encantou nele primeiramente foi o trailer e a sinopse e logo após o pôster que lembra muito um filme antigo produzido entre as décadas de 50 e 60, decidi conferir e não me arrependi.

Ada Harris (Lesley Manville) é uma diarista que sonha com o retorno do marido após a Segunda Guerra, porém ela acaba recebendo a constatação de que ele morreu em combate. Ela torna-se obcecada com a ideia de ter um vestido Dior e passa a juntar dinheiro para realizar seu sonho. Após juntar a quantia necessária, ela parte para Paris em busca do seu tão sonhado vestido. Chegando em Paris, com seu jeito peculiar, ela acaba encantando diversas pessoas, incluindo os funcionários da casa Dior, com exceção de Claudine (Isabelle Huppert), a esnobe diretora, que não aceita uma mulher pobre tendo acesso aos vestidos da grife.

No desfile, Ada encanta-se por um vestido, mas Claudine faz com que outra cliente o escolha e então ela contenta-se com um outro. Após comprar o vestido, Ada descobre que ainda terá que passar mais um tempo em Paris para os ajustes e embarca em várias aventuras e até mesmo em uma possibilidade de um novo romance. Ela descobre que a casa Dior está com problemas financeiros e ajuda André (Lucas Bravo), o contador, a expor suas ideias a Christian Dior (Philippe Bertin), em busca da salvação e popularização da marca. Ao retornar de Paris, Ada percebe que a viagem e a realização de seu sonho, mudaram a forma como ela enxerga as pessoas e a vida.

O filme é baseado em um livro chamado "Mrs. 'Arris Goes to Paris", primeiro de quatro livros que contam as aventuras de uma faxineira. O primeiro volume foi publicado em 1958. A obra foi adaptada para a TV em três ocasiões: em 1958, 1982 e 1992, nesta última, tendo Angela Lansbury como protagonista. 

Além de Lesley Manville que conduz a personagem principal com maestria, simplicidade e carisma, o outro grande destaque fica por conta de Isabelle Huppert e sua antipática e esnobe Claudine, uma personagem que poderia ser levada para o lado caricato, mas conduzida por Huppert torna-se uma personagem fascinante, ainda mais quando o filme mostra o lado humano da mulher que está ao lado do patrão, mas que é de certa forma invisível.

"Sra. Harris vai a Paris" é um filme leve, emocionante e divertido que precisa ser visto com o coração e não com o olhar frio e técnico cinéfilo. Embora alguns poucos críticos estejam falando mal, não é um filme ruim ou vazio, muito pelo contrário, possui até um viés de crítica social. Vale também mencionar as reproduções dos vestidos Dior que são um colírio para os olhos, é como se fôssemos transportados para o final da década de 50, com toda sua elegância e requinte.

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