MABEL NORMAND - A COMEDIANTE PIONEIRA DO CINEMA MUDO

Mabel Normand foi uma das figuras mais carismáticas e influentes do cinema mudo, destacando-se como atriz, comediante, diretora e roteirista em uma época em que poucas mulheres ocupavam posições criativas na indústria cinematográfica. Parceira frequente de nomes como Charlie Chaplin e Roscoe "Fatty" Arbuckle, ela foi uma pioneira tanto na frente quanto atrás das câmeras. Apesar do brilho de sua carreira, sua trajetória também foi marcada por escândalos que abalaram sua reputação e contribuíram para seu declínio precoce.

Amabel Ethelreid Normand, conhecida como Mabel Normand, nasceu em 9 de novembro de 1892, em New Brighton, Nova York. Foi uma renomada atriz, comediante, diretora e roteirista do cinema mudo americano, colaborando frequentemente com Mack Sennett nos filmes dos Keystone Studios. No auge de sua carreira, entre o final da década de 1910 e o início da década de 1920, ela possuía seu próprio estúdio cinematográfico. Normand atuou em doze filmes de sucesso com Charlie Chaplin e em dezessete com Roscoe "Fatty" Arbuckle. Sua carreira, no entanto, foi marcada por escândalos, incluindo o assassinato de seu amigo, o diretor William Desmond Taylor, em 1922, e o tiroteio envolvendo o corretor de petróleo Courtland S. Dines, em 1924, no qual seu motorista esteve envolvido. Apesar das ligações com esses eventos, ela foi descartada como suspeita na morte de Taylor.

Normand iniciou sua carreira nos estúdios Vitagraph, mas ganhou destaque na Biograph Company, onde se destacou tanto na direção quanto na atuação. Ela teve um papel fundamental no início da carreira cinematográfica de Chaplin, atuando como sua mentora. Normand participou de filmes importantes da era do cinema mudo, incluindo "Carlitos - O Inesquecível" (Tillie's Punctured Romance, 1914), considerado o primeiro longa-metragem de comédia. Em 1916, fundou sua própria produtora, a Mabel Normand Feature Film Company, mas perdeu o controle após uma reestruturação na Triangle Film Corporation. É considerada uma das comediantes pioneiras do cinema mudo.

Os escândalos que marcaram sua vida afetaram diretamente sua reputação, especialmente o julgamento de Arbuckle, devido à quantidade de filmes que fizeram juntos. A relação próxima entre Normand e William Desmond Taylor gerou rumores sobre sua possível culpa na morte do diretor, intensificados por seu histórico de dependência de drogas. Em 1924, seu motorista feriu Courtland S. Dines com uma arma pertencente a Normand, o que causou mais controvérsia e levou ao banimento de seus filmes em algumas localidades.

Apesar do declínio na carreira e dos problemas de saúde decorrentes da tuberculose, Normand continuou atuando e, em 1926, assinou contrato com os Hal Roach Studios, onde estrelou alguns de seus últimos filmes. Nesse mesmo ano, casou-se com o ator Lew Cody, com quem já havia contracenado no filme "Mickey" (1918). No entanto, sua saúde deteriorou-se rapidamente, forçando-a a se afastar da atuação ainda em 1926. Mabel Normand faleceu de tuberculose em 23 de fevereiro de 1930, em Monrovia, Califórnia, aos 37 anos. Seu corpo foi sepultado no Calvary Cemetery, em Los Angeles.

O legado de Normand inclui uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood e a inclusão de seu filme "Mabel's Blunder" (1914) no Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos em 2009. 

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