Ambientado na Inglaterra do período eduardiano, "Ivy, a História de uma Mulher" (Ivy) acompanha Ivy Lexton, uma mulher que deseja desesperadamente uma vida de luxo e status. Disposta a tudo para alcançar esse objetivo, ela manipula os homens ao seu redor — o marido e dois pretendentes — até se ver presa em uma teia de mentiras, traições e até assassinato. À medida que o cerco se fecha, Ivy descobre que pode ser a maior vítima de seus próprios planos.
Dirigido por Sam Wood, o filme é uma produção sofisticada e atmosférica que combina drama psicológico com elementos de suspense. Joan Fontaine entrega aqui uma de suas interpretações mais intensas e multifacetadas, revelando uma personagem complexa: ambiciosa, manipuladora, sedutora — mas também trágica. Fontaine consegue transitar com precisão entre as diferentes camadas de Ivy, culminando em um final que mistura culpa, desespero e inevitável ruína.
Embora tenha sido pouco valorizado na época de seu lançamento, o filme oferece uma experiência envolvente, sustentada por uma ambientação sombria e elegante que reflete os conflitos morais da protagonista. O cenário eduardiano é mais do que pano de fundo: ele acentua a rigidez social, a hipocrisia de classe e o destino trágico reservado às mulheres que ousam quebrar as regras de forma imoral.
"Ivy" é um daqueles filmes que parecem ter sido esquecidos pelo tempo, mas que merecem ser redescobertos por quem se interessa por personagens femininas marcantes, histórias de decadência moral e o charme sombrio do cinema noir de época. Joan Fontaine brilha intensamente nesse papel, provando mais uma vez por que é um dos grandes nomes do cinema clássico.
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