ÍCONES DO CINEMA MUDO - LILLIAN GISH
Lillian Gish foi um dos pilares do cinema mudo. Trabalhou com diversos diretores considerados importantes do período como Victor Sjöström, King Vidor, Henry King, mas foi com D. W. Griffith a sua parceria mais notória. Ambos trabalharam juntos em mais de 30 projetos, entre curtas e longa-metragens. Ela também é uma das poucas atrizes do período que possuiu a carreira mais longeva, sua carreira como atriz de cinema começou em 1912 e terminou em 1987, somando 75 anos de atividade.
Sua estreia no cinema ocorreu ao lado de sua irmã Dorothy em "Um Inimigo Invisível" (An Unsee Enemy), em 1912, dirigido por Griffith. Ambas foram indicadas por Mary Pickford. Sua irmã Dorothy além de grande companheira em sua vida, também foi presença em alguns filmes estrelados por Lillian. O mais famoso é "Órfãs da Tempestade" (Orphans of the Storm). Nos anos seguintes, ela se dedicou a diversos projetos de Griffth entre eles o contraditório e racista "O Nascimento de Uma Nação" (The Birth of a Nation). Graças a essa parceria ela era conhecida como "A Primeira Dama do Cinema Americano".
Em 1920, já consagrada, dirigiu o filme "Remodelando o seu Marido" (Remodeling Her Husband), hoje considerado um filme perdido. Lillian dirigiu sua irmã Dorothy e seu então cunhado James Rennie. O filme foi produzido majoritariamente por mulheres. Lillian chegou a declarar que embora estivesse dirigindo um filme, o cargo de direção deveria ser trabalho para os homens.
Em 1925, após anos de parceria com Griffith, rendendo obras como "Lírio Partido" (Broken Blossoms), "Intolerância" (Intolerance), "Horizonte Sombrio" (Way Down Eas), ela assinou um contrato com a MGM. Com esse contrato, ela pôde trabalhar com diversos diretores e se desvencilhar da sombra de Griffith. Nesse período, ela estrelou três êxitos: "A Boêmia" (La Bohème), "A Letra Escarlate" (The Scarlet Letter) e "O Vento" (The Wind), talvez o seu melhor e mais memorável desempenho dessa época. Embora não tenha sido um sucesso comercial, "O Vento" foi reconhecido como uma das obras mais importantes do cinema mudo, além de ter sido o filme que Lillian considerou como favorito de todos os que ela já havia feito e sua atuação na época foi bastante elogiada.
Como uma estrela em atividade, Lillian foi obrigada a fazer a transição dos filmes mudos para os sonoros. Sua estreia nos filmes sonoros foi apática e com o final do contrato com a MGM, ela decidiu dar um tempo nos filmes e migrou para o teatro. No teatro ela pôde fazer uma infinidade de papéis. Seu retorno para o cinema ocorreu em 1946, no filme "Duelo ao Sol" (Duel in the Sun), lhe rendendo uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante. Em 1955, fez mais um desempenho notável em "O Mensageiro do Diabo" (Night of the Hunter).
Lillian atuou na televisão a partir da década de 50, até a década de 80. Em 1971, recebeu um Oscar Honorário. Durante a década de 80, recebeu diversas homenagens e prêmios honorários. Encerrou a carreira no poético "As Baleias de Agosto" (The Whales of August), protagonizado ao lado de Bette Davis. Ela morreu em 27 de fevereiro de 1993, meses antes de completar 100 anos.