Mesmo com a assinatura "oficial" de Jerry Hopper na direção, o filme carrega praticamente todos os elementos de um filme de Douglas Sirk, que também é responsável por uma boa parte da realização do filme, mas que por consideração ao amigo Jerry, deixou que ele levasse a assinatura pela direção.
Douglas Sirk era conhecido pela alcunha de "rei do melodrama", gênero de filme que teve seu ápice entre os anos 50 e 60. Nesse período Sirk produziu grandes pérolas como "Sublime Obsessão" (Magnificent Obsession), "Tudo Que o Céu Permite" (All That Heaven Allows) entre outros clássicos. Geralmente seus filmes centravam em amores proibidos, conflitos familiares, com direito a grandes reviravoltas e uma das características marcantes era o uso de Technicolor em boa parte deles, principalmente neste filme.
"Nunca Deixei de te Amar" (Never Say Goodbye) foi produzido em 1956 pelos estúdios Universal e é estrelado por Rock Hudson, um dos atores-coringa de Douglas Sirk, (ao todo trabalharam juntos em 9 filmes) Cornell Borchers e George Sanders, outro ator que trabalhou bastante com Sirk. A história começa a ser contada nos anos 50, mostrando o cotidiano da vida do Dr. Michael Parker (Hudson) um viúvo, que vive com sua filha Suzy (Shelley Fabares). Durante uma viagem a trabalho para a Europa, Michael vai com amigos a um clube noturno, onde avista uma bela pianista, que ao reconhecê-lo, sai correndo transtornada e acaba sendo atropelada por um carro.
A misteriosa mulher (Borchers) é tratada pelos médicos e pelo próprio Michael, que constata que a pianista na verdade é sua esposa que foi dada como morta anos antes. Com essa revelação o filme passa a mostrar flashbacks de como o casal se conheceu, até a fatídica situação em que um grande desentendimento faz com que sua esposa seja considerada morta. O filme além de ser baseado em uma peça escrita pelo novelista e dramaturgo italiano Luigi Pirandello, chamada "Come Prima Meglio Di Prima", é também um remake de um filme de 1945 chamado "This Love of Ours" (Sublime Indulgência), também produzido nos estúdios Universal, com Merle Oberon, Claude Rains e Charles Korvin nos papéis principais, sob a direção de William Diertele.
Uma outra curiosidade é uma pequena e rápida participação do então desconhecido Clint Eastwood, ainda em início de carreira. Na cena em que Rock Hudson usa óculos, os óculos na verdade eram do personagem de Clint. Rock viu os óculos e protestou com a direção, o fato de seu personagem ser um médico e não usar óculos. Com a aprovação da direção, Hudson pegou emprestado os óculos e fez a cena. Essa seria a única cena do filme, em que Hudson, usa óculos. O filme chegou aos cinemas em 10 de março de 1956, arrecadando mais de 1 milhão de dólares. Ironicamente era um filme até pouco tempo atrás esquecido e desconhecido.
"Nunca Deixei de te Amar" foi lançado em dvd pela Classicline. Adquira já a sua edição:
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