FUNNY FACE - O ÚNICO ENCONTRO ENTRE FRED ASTAIRE E AUDREY HEPBURN NAS TELAS

"Funny Face" foi realizado ao acaso do destino: os direitos de filmagem pertenciam a MGM, que a princípio queria Audrey emprestada para o papel, porém a Paramount que detinha o contrato de Audrey, se recusou a emprestá-la. Algum tempo depois a MGM vendeu os direitos para a Paramount. Ironicamente a MGM emprestou boa parte dos seus profissionais, para a realização do filme, entre eles Fred Astaire, Kay Thompson, que dividem o filme com Audrey,  o diretor Stanley Donen, famoso por dirigir "Cantando na Chuva" (Singin' in the Rain), o produtor Roger Edens e toda a orquestra, sob a condição de futuramente ter Audrey estrelando um de seus filmes. A dívida foi paga com "A Flor que Não Morreu" (Green Mansions) em 1959, considerado um fracasso de bilheteria.
A editora Maggie Prescott (Kay Thompson), insatisfeita com os últimos resultados da Quality Magazine, tenta encontrar um novo rosto para a próxima edição. Contando com a ajuda de Dick Avery (Fred Astaire), ela tenta em vão achar uma mulher que representa a revista, assim como também as mulheres que a leem.
Dick acha em Jo Stockton (Audrey Hepburn) uma balconista de uma livraria, a mulher perfeita para o ensaio, porém encontra uma grande dificuldade em convencê-la e só o consegue, ao mencionar que a sessão de fotos ocorrerá em Paris, lugar onde Jo quer ir para encontrar-se com um intelectual, cujo pensamentos ela idolatra, porém ao desenrolar da sessão das fotos e devido a proximidade entre Dick e Jo, um grande afeto entre ambos cresce e eles se apaixonam.
Apesar de ter o mesmo título de um musical da Broadway de 1927, que fora estrelado anteriormente por Fred e sua irmã Adele, o enredo do filme é completamente diferente. Apenas quatro canções desse antigo espetáculo foram usadas na versão cinematográfica, curiosamente a trama do filme foi adaptada de outro musical da Broadway chamado "Wedding Bells".
O personagem de Fred Astaire foi vagamente inspirado em Richard Avedon (já falamos dele aqui no blog) que inclusive colaborou bastante com a produção fotográfica do filme. Todas as fotos usadas no filme, são de sua autoria. Avedon inclusive trouxe a famosa modelo Dovima, com quem frequentemente trabalhava, para uma pequena participação no filme, interpretando uma excêntrica e fútil modelo. O filme marca também o início de uma grande amizade entre Avedon e Audrey. Audrey após o filme, posou diversas vezes para a lente de Avedon e chegou a declarar que ele era um dos fotógrafos que mais a deixou à vontade nas sessões de fotos, fazendo com que ela fosse o mais natural possível diante das câmeras. Ela ainda disse que Avedon tinha o dom de fazê-la esquecer que estava em uma sessão de fotos e com isso ela agia com naturalidade e espontaneidade. 
A personagem de Kay Thompson (grande amiga de Judy Garland e madrinha de Liza Minnelli) foi baseada em duas personalidades que eram editoras de moda: Diana Vreeland da Vogue e Carmel Snow da Harpers Bazaar. Diana Vreeland, foi quem lançou Lauren Bacall como modelo. Mesmo com uma diferença de quase 30 anos de idade entre Fred Astaire e Audrey Hepburn, Fred acabou ficando com o papel por dois motivos: por pedido de Audrey e por dever um filme à Paramount.
O figurino foi desenvolvido por Givenchy e costurado por Edith Head (já falamos dela aqui), que ganhou um Oscar de melhor figurino em "Sabrina", sendo que boa parte do figurino usado em "Sabrina", foi desenhado por Givenchy, que sequer foi creditado. Após o mal estar nesse filme, Audrey prometeu a Givenchy fazer-lhe justiça, creditando seu nome em todos os filmes em que ele lhe prestasse ajuda. Ele imortalizaria o estilo de Audrey Hepburn anos mais tarde em "Bonequinha de Luxo" (Breakfast at Tiffany's).
"Funny Face" estreou nos cinemas em 13 de fevereiro de 1957, com um orçamento de 3 milhões de dólares. Acabou sendo um fracasso de bilheteria, porém devido ao sucesso da versão cinematográfica de "My Fair Lady" com Audrey no papel principal em 1964, a Paramount reeditou o filme e o relançou nos cinemas, na esperança de recuperar o investimento, o que de fato ocorreu: a nova versão editada foi um sucesso e o filme recuperou o investimento e o prestígio, sendo até hoje um dos filmes mais encantadores de Audrey Hepburn e Fred Astaire.
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