CINEMATECA - VAIDADE E BELEZA

 "Vaidade e Beleza" (Becky Sharp) é um filme estadunidense de 1935 que marcou a história do cinema como o primeiro longa-metragem a ser inteiramente filmado em Technicolor de três cores. Dirigido por Rouben Mamoulian e estrelado por Miriam Hopkins, o filme adapta a peça de Langdon Mitchell, baseada no romance Vanity Fair de William Makepeace Thackeray. A trama acompanha a ascensão e queda de Becky Sharp, uma mulher ambiciosa que busca ascender na rígida sociedade britânica do século XIX. Além de seu pioneirismo tecnológico, o filme é notável por sua crítica social e pela performance de Hopkins, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

"Vaidade e Beleza" narra a história de Becky Sharp, uma jovem órfã de origem humilde que, após concluir seus estudos em um internato para moças, decide conquistar seu lugar na alta sociedade inglesa. Utilizando sua inteligência, charme e astúcia, Becky manipula situações e pessoas ao seu redor para alcançar seus objetivos, frequentemente desconsiderando as convenções sociais e morais da época.

A trama se desenrola durante o período das Guerras Napoleônicas, proporcionando um pano de fundo histórico que influencia diretamente os eventos da narrativa. Becky se envolve com diversos personagens influentes, incluindo o capitão Rawdon Crawley, com quem se casa, e o poderoso Marquês de Steyne. Sua busca incessante por status e riqueza, no entanto, acaba por isolá-la daqueles que a cercam, levando-a a enfrentar as consequências de suas escolhas ambiciosas.

O filme destaca-se por sua inovação técnica, sendo o primeiro a utilizar o processo Technicolor de três cores em toda a sua extensão. Essa tecnologia permitiu uma reprodução de cores mais vibrante e realista, enriquecendo a experiência visual do espectador. A sequência do baile da Duquesa de Richmond, por exemplo, é notável pelo uso simbólico das cores para intensificar a tensão dramática à medida que a Batalha de Waterloo se aproxima.

A produção de "Vaidade e Beleza" enfrentou desafios significativos. O diretor original, Lowell Sherman, faleceu durante as filmagens, sendo substituído por Rouben Mamoulian, que recomeçou o projeto do zero. Apesar das dificuldades, o filme foi concluído e lançado em 1935, recebendo elogios por sua inovação visual e pela atuação de Miriam Hopkins, que foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz.

Embora tenha sido um marco tecnológico, o filme teve uma recepção mista por parte do público e da crítica. Alguns críticos elogiaram o uso das cores e a performance de Hopkins, enquanto outros apontaram falhas na narrativa e na profundidade dos personagens. Apesar disso, "Vaidade e Beleza" consolidou-se como uma obra significativa na história do cinema, influenciando futuras produções em cores.

Em 2019, reconhecendo sua importância cultural, histórica e estética, o filme foi selecionado para preservação no National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos. Essa honraria reforça o legado de "Vaidade e Beleza" como um pioneiro na utilização de tecnologias cinematográficas e como uma representação crítica da sociedade britânica do século XIX.

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