Elizabeth Taylor é um dos nomes mais luminosos da história do cinema clássico. Nascida em Londres, em 1932, e criada em Los Angeles a partir do fim da década de 1930, ela começou a atuar ainda criança e rapidamente se tornou uma presença constante nas telas. Mais do que sua beleza e o famoso mito dos olhos violeta, foi seu carisma natural que a levou do posto de estrela mirim à posição de atriz mais bem paga de Hollywood nos anos 60. Em 1999, o American Film Institute a reconheceu como a sétima maior lenda feminina da história do cinema norte-americano.
Sua trajetória começou de forma despretensiosa, quando sua mãe a levou para testes pouco depois da mudança para a Califórnia. Após uma breve passagem pela Universal, Elizabeth encontrou na MGM o espaço que impulsionaria sua carreira. O sucesso veio cedo, com o popular “A Mocidade é Assim Mesmo” (National Velvet), lançado em 1944, que a transformou em uma das jovens promessas mais queridas do público.
A transição para papéis adultos foi natural e rápida. Em 1950, ela brilhou em “O Pai da Noiva” (Father of the Bride) e, no ano seguinte, confirmou sua maturidade artística em “Um Lugar ao Sol” (A Place in the Sun), ao lado de Montgomery Clift. Apesar do estrelato, Elizabeth enfrentou tensões com o rígido sistema de estúdios, chegando a manifestar o desejo de abandonar a carreira no início dos anos 50.
Mas os grandes papéis ainda estavam por vir. Na segunda metade da década, ela recebeu três indicações consecutivas ao Oscar por “A Árvore da Vida” (Raintree County), “Gata em Teto de Zinco Quente” (Cat on a Hot Tin Roof) e “De Repente, no Último Verão” (Suddenly, Last Summer). Em 1961, conquistou seu primeiro Oscar de Melhor Atriz por “Disque Butterfield 8” (Butterfield 8), consolidando-se como uma das figuras mais importantes de sua geração.
A consagração mundial ocorreu nos anos 60 com o monumental “Cleópatra” (Cleopatra). Apesar dos problemas de produção, o filme transformou Elizabeth Taylor na primeira atriz da história a receber um cachê de US$ 1 milhão. Durante as filmagens, ela iniciou seu célebre relacionamento com Richard Burton, com quem se casaria duas vezes e contracenaria em onze filmes. O romance dos dois se tornou um fenômeno midiático à parte, símbolo de excessos, paixão e intensidade.
Seu segundo Oscar veio em 1966, com “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (Who’s Afraid of Virginia Woolf?). Interpretando Martha, Elizabeth entregou uma das atuações mais marcantes de sua carreira, reafirmando que seu talento dramático ia muito além da imagem de diva que Hollywood lhe atribuía. Trabalhos como “A Megera Domada” (The Taming of the Shrew) e “Os Farsantes” (The Comedians) reforçaram sua química artística com Burton.
A partir dos anos 80, com a diminuição de seus trabalhos no cinema, Elizabeth Taylor redirecionou seu prestígio público para o ativismo humanitário. O impacto da morte de seu amigo Rock Hudson a levou a se tornar uma das primeiras celebridades a defender abertamente a causa da conscientização e do combate à AIDS, numa época em que o tema era cercado de medo e preconceito. Seu engajamento lhe rendeu o Prêmio Humanitário Jean Hersholt e marcou profundamente sua imagem na fase final da vida.
Elizabeth Taylor faleceu em 2011, aos 79 anos, deixando para trás uma filmografia vasta, uma vida pessoal intensamente comentada e um legado de atuação e filantropia que continua inspirando admiradores do cinema clássico. Sua trajetória reúne glamour, talento e vulnerabilidade — uma combinação rara que fez dela não apenas uma estrela, mas um símbolo definitivo da Era de Ouro de Hollywood.

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