Aparecida, foi uma cantora e compositora brasileira que se destacou por sua voz marcante e pela forte ligação com a cultura afro-brasileira. Intérprete do sucesso "Tereza Aragão", presente em muitas coletâneas de Samba Rock produzidas nos anos 2000, teve sua trajetória musical ofuscada por esse único hit, apesar de uma discografia rica e relevante. Com álbuns lançados entre as décadas de 1960 e 1980, suas músicas exaltavam a negritude e os terreiros, misturando samba com ritmos africanos. Apesar do pouco reconhecimento comercial, sua obra continua sendo um importante resgate da música e da cultura negra no Brasil.

Nascida Maria Aparecida Martins em Caxambu, Minas Gerais, em 1939, mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua trajetória artística. Ao longo da carreira, Aparecida lançou diversos álbuns que evidenciam sua conexão com o samba e os ritmos africanos, contribuindo significativamente para a valorização da cultura negra no Brasil.

Aparecida começou sua vida profissional como passadeira no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Desde jovem, demonstrou interesse pela música, aprendendo ritmos africanos com os mais velhos de sua família. Na adolescência, iniciou suas primeiras composições e atuou como passista no grupo de Salvador Batista por uma década. Sua primeira experiência internacional ocorreu no início dos anos 1960, quando, ao participar do filme "Benito Sereno e o Navio Negreiro", ganhou uma viagem à França, onde apresentou suas músicas em uma boate local.

Em 1965, de volta ao Brasil, Aparecida venceu o Concurso de Música de Carnaval do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro. No mesmo ano, seu samba "Zumbi, Zumbi" foi o vencedor do III Festival de Música de Favela, representando a comunidade da Cafúa, em Coelho Neto. Em 1968, tornou-se a segunda mulher, após Dona Ivone Lara, a vencer uma disputa de samba-enredo, com "A sonata das matas", para a escola de samba Caprichosos de Pilares.

Seu primeiro álbum solo foi lançado em 1966, destacando-se pela adaptação da canção folclórica "A Maria Começa a Beber", em que homenageia Clementina de Jesus. O disco inclui parcerias com Jair Paulo, como "Talundê", "Nanã Boroquê" e "Segredos do mar", além de composições próprias como "Meu São Benedito", "Inferno verde" e "Tereza Aragão", esta última uma homenagem à atriz e militante política Tereza Aragão.

Uma década depois, em 1976, Aparecida lançou o álbum "Foram 17 anos", considerado sua obra-prima. A faixa-título exalta sua trajetória de luta, e o disco apresenta canções como "Grongoiô, propoiô", "Lágrimas de Oxum" e "Diongo, mundiongo". Destaca-se também a música "Todo mundo é preto", que celebra a negritude e a ancestralidade africana. O álbum contou com a produção de Durval Ferreira e a participação de músicos renomados, como Hélcio Milito, Orlandivo e Sivuca.

Nos anos seguintes, Aparecida lançou os álbuns "Grandes sucessos" (1977), "Cantigas de fé" (1978), "13 de maio" (1979), "Os Deuses Afros" (1980) e "A rosa do mar" (1983). Em 1974, participou dos discos "Roda de Samba", interpretando canções como "Boa Noite", "Proteção" e "Rosas para Iansã", esta última com arranjos de João Donato e participação de músicos como Márcio Montarroyos e Victor Assis Brasil.

Aparecida faleceu em 1985, aos 45 anos. Apesar de sua significativa contribuição para a música brasileira, sua obra não alcançou grande sucesso comercial e permanece pouco conhecida. Atualmente, alguns de seus discos estão disponíveis nas principais plataformas de streaming. Seu legado como uma voz que exaltou os terreiros e a negritude merece ser redescoberto pelas novas gerações.

FONTES
https://pitayacultural.com.br/musica/aparecida-a-voz-dos-orixas/
https://amusicade.com/aparecida-1975-aparecida/
https://www.sescsp.org.br/editorial/aparecida-a-samba-negra/

"As Aventuras do Super-Homem" (Adventures of Superman) é uma série de televisão americana exibida de 1952 a 1958, totalizando seis temporadas e 104 episódios. Baseada nos personagens criados por Jerry Siegel e Joe Shuster em 1938, foi a primeira série televisiva a apresentar o Super-Homem. As filmagens iniciaram em 1951, na Califórnia, utilizando os estúdios RKO-Pathé e o lote RKO Forty Acres. A fabricante de cereais Kellogg's patrocinou o programa. 

O elenco principal contou com George Reeves como Super-Homem/Clark Kent, Phyllis Coates como Lois Lane na primeira temporada, substituída por Noel Neill nas temporadas subsequentes, Jack Larson como Jimmy Olsen, John Hamilton como Perry White e Robert Shayne como o Inspetor Henderson. A série acompanhava as aventuras de Super-Homem enfrentando criminosos e vilões em Metrópolis, enquanto mantinha sua identidade secreta como o repórter Clark Kent. 

As duas primeiras temporadas foram filmadas em preto e branco, enquanto as quatro últimas foram produzidas em cores. Embora gravadas em cores, essas temporadas foram inicialmente transmitidas em preto e branco, já que a maioria das televisões da época não suportava cores. Posteriormente, com a popularização das TVs coloridas, os episódios em cores foram retransmitidos, permitindo que o público apreciasse a série em seu formato original. 

A produção enfrentou desafios técnicos, especialmente na representação dos voos do Super-Homem. Inicialmente, Reeves pulava de um trampolim para simular a decolagem, mas devido a lesões, essa técnica foi abandonada. Posteriormente, utilizaram uma prancha inclinada e efeitos de câmera lenta para criar a ilusão de voo. Além disso, modelos em tamanho real e miniaturas foram empregados para cenas específicas. 

Após a morte de George Reeves em junho de 1959, os produtores consideraram continuar a série com foco no personagem Jimmy Olsen, interpretado por Jack Larson, utilizando imagens de arquivo de Reeves e um dublê para representar o Super-Homem. No entanto, Larson recusou a proposta, e a série foi encerrada. Posteriormente, em 1961, foi produzido um piloto para "The Adventures of Superboy", estrelado por Johnny Rockwell como um jovem Clark Kent em Smallville, mas apenas o episódio piloto foi filmado. 

A série consolidou a popularidade do Super-Homem na cultura americana e influenciou adaptações posteriores do personagem em diversos meios de comunicação. 

A série permanece um marco na história da televisão e dos super-heróis, sendo lembrada por sua contribuição significativa na popularização do gênero e na formação da imagem do Super-Homem no imaginário coletivo. 

Katharine Hepburn foi uma das mais importantes atrizes de Hollywood, com uma carreira que se estendeu por mais de 60 anos. Nascida em 1907, em Hartford, Connecticut, ela destacou-se por sua capacidade de interpretar personagens fortes e independentes, o que refletia sua própria personalidade. Seu talento e versatilidade conquistaram o público e a crítica, tornando-a um ícone do cinema clássico de Hollywood.

Hepburn estreou nos cinemas em 1932 com o filme “Vítimas do Divórcio” (A Bill of Divorcement), dirigido por George Cukor, marcando o início de uma parceria que resultaria em vários sucessos.

Em 1933, conquistou seu primeiro Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em “Manhã de Glória” (Morning Glory). Nesse mesmo período, participou de filmes que solidificaram sua posição como uma das grandes estrelas da década de 1930. No entanto, no final da década, enfrentou um período de baixa popularidade, sendo considerada "veneno de bilheteria" após alguns fracassos comerciais.

Hepburn deu a volta por cima em 1940 ao protagonizar a comédia romântica “Núpcias de Escândalo” (The Philadelphia Story), ao lado de Cary Grant e James Stewart. O filme foi um sucesso de crítica e público, garantindo sua indicação ao Oscar e restaurando sua posição como uma das atrizes mais importantes de sua geração. Além disso, demonstrou seu talento cômico e habilidade em interpretar personagens femininas fortes e independentes.

Nas décadas seguintes, consolidou sua carreira com atuações memoráveis em filmes como “A Mulher do Dia” (Woman of the Year) e “A Costela de Adão” (Adam’s Rib), ambos ao lado de Spencer Tracy, com quem teve uma longa parceria artística e pessoal. Os dois formaram uma das duplas mais icônicas do cinema, estrelando nove filmes juntos. Seus papéis exploravam a dinâmica de gênero e a química entre os personagens, encantando o público.

Nos anos 1950, Hepburn diversificou seu repertório com atuações dramáticas em filmes como “Uma Aventura na África” (The African Queen), dirigido por John Huston e estrelado ao lado de Humphrey Bogart. O filme foi um grande sucesso e é considerado um dos marcos do cinema de aventura. Sua performance rendeu mais uma indicação ao Oscar e mostrou sua capacidade de transitar entre gêneros com facilidade.

Outro marco em sua carreira foi o filme “Adivinhe Quem Vem para Jantar” ("Guess Who’s Coming to Dinner") em 1967, no qual contracenou novamente com Spencer Tracy em seu último trabalho antes de sua morte. O longa abordou temas como racismo e casamentos inter-raciais, sendo um marco cultural e social. Por sua atuação, Hepburn recebeu seu segundo Oscar de Melhor Atriz.

No ano seguinte, ela ganhou seu terceiro Oscar por sua interpretação de Eleanor de Aquitânia em “O Leão no Inverno” (The Lion in Winter), um drama histórico que a colocou ao lado de Peter O'Toole. O filme demonstrou mais uma vez sua habilidade em interpretar personagens fortes e complexas, consolidando sua reputação como uma atriz de altíssimo calibre.

Durante os anos 1970 e 1980, continuou a trabalhar em projetos marcantes, incluindo “Num Lago Dourado” (On Golden Pond) de 1981, no qual atuou ao lado de Henry Fonda. A atuação de Hepburn foi amplamente elogiada e lhe rendeu seu quarto Oscar de Melhor Atriz, um feito que permanece inigualado até hoje.

Além de seu trabalho no cinema, Katharine Hepburn também brilhou no teatro e na televisão. Sua dedicação à arte e talento multifacetado a tornaram uma das artistas mais completas de sua geração. Também foi conhecida por evitar os clichês de Hollywood. Recusava-se a dar autógrafos, conceder entrevistas ou se envolver no sistema tradicional de publicidade. Essa postura reforçava sua imagem de independência e autenticidade.

Apesar de sua discrição, seu impacto cultural foi imenso. Ela rompeu padrões ao usar calças em uma época em que isso era considerado inapropriado para mulheres, influenciando tanto a moda quanto o comportamento feminino.

Em 1999, o American Film Institute a nomeou como a maior atriz da Era de Ouro de Hollywood, reconhecendo sua contribuição indiscutível para o cinema. Mesmo com o passar das décadas, seu trabalho permanece relevante. Katharine Hepburn faleceu em 2003, mas seu legado como uma das mais talentosas e inovadoras atrizes da história do cinema continua vivo.

"Memórias de Amor" é uma novela exibida pela TV Globo de 5 de março a 2 de junho de 1979, no horário das 18h. A trama, escrita por Wilson Aguiar Filho e dirigida por Gracindo Júnior, é inspirada no romance "O Ateneu", de Raul Pompéia, e ambientada no Rio de Janeiro em 1888, às vésperas da Proclamação da República. 

A história centraliza-se no conflito entre Aristarco Argolo de Ramos (Jardel Filho), diretor autoritário do Colégio Ateneu e defensor da monarquia, e seu filho Jorge (Eduardo Tornaghi), um jovem advogado idealista que apoia a causa republicana. Jorge se apaixona por Lívia Monteverde (Sandra Bréa), mas o relacionamento enfrenta a desaprovação de Aristarco, intensificando as tensões familiares. 

Paralelamente, a novela retrata a vida dos alunos do Ateneu, destacando Sérgio Pompéia (Maneco Bueno), que deixa o interior para estudar no colégio, onde enfrenta a rígida disciplina e se apaixona por Maria (Myrian Rios), filha de Aristarco. 

A produção contou com pesquisa histórica, personagens inéditos e figurinos de época, com o trabalho de Gloria Perez e Ana Maria Magalhães na recriação do século XIX. 

FONTE
https://memoriaglobo.globo.com/entretenimento/novelas/memorias-de-amor/noticia/memorias-de-amor.ghtml

Ruth de Souza, nascida em 12 de maio de 1921 no Rio de Janeiro, foi uma das figuras mais importantes das artes cênicas no Brasil. Reconhecida como pioneira no teatro, cinema e televisão, ela enfrentou desafios significativos para abrir caminhos às futuras gerações de artistas negros. Filha de um lavrador e de uma lavadeira, Ruth viveu parte da infância em Minas Gerais antes de retornar ao Rio de Janeiro, onde começou a se interessar por teatro ainda jovem. Desde cedo, demonstrava talento e uma profunda sensibilidade para as artes.

Em 1945, Ruth ingressou no Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado por Abdias do Nascimento, com o objetivo de combater o racismo e promover a inclusão de artistas negros nos palcos brasileiros. Sua estreia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a peça "O Imperador Jones", de Eugene O’Neill, foi um marco. Ela não apenas brilhava como atriz, mas também contribuía para a quebra de barreiras raciais em espaços culturais tradicionalmente elitistas.

Com o apoio de uma bolsa da Fundação Rockefeller, Ruth aprimorou sua formação artística nos Estados Unidos, onde estudou na Universidade Howard e na Karamu House, locais conhecidos por suas iniciativas de formação artística para afro-americanos. Esse período no exterior foi fundamental para sua carreira, ampliando seus horizontes e consolidando sua identidade como artista. Ao retornar ao Brasil, ela já era uma profissional com formação sólida, pronta para encarar novos desafios.

Sua estreia no cinema ocorreu em 1948, no filme "Terra Violenta", uma adaptação do romance "Terras do Sem Fim", de Jorge Amado. Ruth também trabalhou com as principais companhias cinematográficas da época, como Atlântida e Vera Cruz. Sua performance em "Sinhá Moça" (1953) destacou-se a ponto de Ruth ser a primeira atriz brasileira indicada ao Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1954, um feito histórico que colocou o cinema brasileiro em evidência internacional.

Na televisão, Ruth de Souza teve papel fundamental como uma das primeiras atrizes negras a protagonizar novelas. Sua participação em "A Cabana do Pai Tomás" (1969), na TV Globo, foi um divisor de águas em uma época em que o racismo era ainda mais evidente nas telas brasileiras. Durante cinco décadas de atuação na emissora, participou de mais de 30 novelas, consolidando-se como uma referência na teledramaturgia e uma inspiração para várias gerações de artistas.

Ruth de Souza faleceu em 28 de julho de 2019, aos 98 anos, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira. Sua trajetória marcou a história das artes no país e inspirou mudanças significativas na forma como artistas negros são percebidos e representados. Com coragem e talento, Ruth abriu caminhos e reafirmou a importância da luta pela diversidade e igualdade no cenário artístico brasileiro.

FONTES
https://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/atores-do-brasil/biografia-de-ruth-de-souza/
https://ipeafro.org.br/personalidades/ruth-de-souza/
https://memoriaglobo.globo.com/perfil/ruth-de-souza/noticia/ruth-de-souza.ghtml

Ambientado no verão de 1963, "Dirty Dancing" narra a história de Baby, uma adolescente em férias com sua família no resort Kellerman's. Explorando o local, ela descobre uma festa dos funcionários, onde presencia danças sensuais e conhece Johnny Castle, o carismático instrutor de dança. A partir desse encontro, Baby é introduzida a um mundo novo e excitante.

Quando Penny, parceira de dança de Johnny, enfrenta uma gravidez indesejada e complicações decorrentes de um aborto malsucedido, Baby decide ajudar. Ela consegue dinheiro com seu pai para o procedimento e se oferece para substituir Penny em uma apresentação importante. Durante os ensaios, Baby e Johnny desenvolvem uma conexão profunda, que evolui para um romance apaixonado.

O relacionamento entre Baby e Johnny enfrenta desafios significativos, especialmente devido às diferenças sociais e à desaprovação do pai de Baby. Além disso, falsas acusações contra Johnny complicam ainda mais a situação, levando-o a ser demitido do resort. Apesar das adversidades, o casal permanece unido, culminando em uma performance memorável no final da temporada.

A trilha sonora de "Dirty Dancing" desempenhou um papel crucial em seu sucesso. Canções como "(I've Had) The Time of My Life", interpretada por Bill Medley e Jennifer Warnes, tornaram-se icônicas, com a faixa ganhando o Oscar de Melhor Canção Original. 

O filme foi inspirado nas experiências pessoais da roteirista Eleanor Bergstein e enfrentou desafios durante sua produção, incluindo mudanças de estúdio e dificuldades de financiamento. No entanto, após seu lançamento, "Dirty Dancing" superou as expectativas, arrecadando mais de $214 milhões mundialmente e recebendo elogios da crítica.

O legado de "Dirty Dancing" é evidente em suas várias adaptações e continuações. Em 2004, foi lançado "Dirty Dancing: Havana Nights", uma prequela ambientada em Cuba. Além disso, o filme original inspirou uma série de televisão, produções teatrais e um remake para a TV em 2017. 

Décadas após seu lançamento, "Dirty Dancing" continua a ser celebrado por fãs ao redor do mundo. Seus temas de amor, crescimento pessoal e quebra de barreiras sociais ressoam até hoje, solidificando seu status como um clássico atemporal do cinema dos anos 80.

Super-Homem é um super-herói das histórias em quadrinhos americanas publicadas pela DC Comics, criado pelo roteirista Jerry Siegel e pelo artista Joe Shuster. Ele apareceu pela primeira vez na edição #1 de "Action Comics", em 1938. O personagem foi adaptado para diversas outras mídias, como rádios, filmes, programas de TV, teatro e videogames. Super-Homem é originalmente Kal-El, nascido no planeta fictício Krypton. Quando ainda bebê, seus pais Jor-El e Lara o enviaram à Terra em uma nave pouco antes da destruição de Krypton. O bebê foi encontrado e adotado por Jonathan e Martha Kent, que o nomearam Clark Kent.

Ao crescer, Clark Kent desenvolveu habilidades sobre-humanas, como força extraordinária e pele impenetrável. Seus pais adotivos o incentivaram a usar seus poderes para ajudar a humanidade, e ele decidiu combater o crime como um vigilante. Para proteger sua identidade, ele se transforma em um traje colorido e adota o nome de "Super-Homem". Clark mora na cidade fictícia de Metrópolis, onde trabalha como jornalista no Daily Planet. Seus personagens de apoio incluem a jornalista Lois Lane, o fotógrafo Jimmy Olsen e o editor Perry White, enquanto seus inimigos incluem Brainiac, General Zod e seu arqui-inimigo Lex Luthor.

Super-Homem fez sua primeira aparição nos cinemas em uma série de 17 curtas-metragens animados, entre 1941 e 1943. Os curtas foram lançados pela Paramount Pictures. Destes 17 episódios, 9 foram produzidos pelos Fleischer Studios e os outros 8 por seu sucessor, Famous Studios.

A história acompanha Super-Homem, enviado à Terra por seus pais antes da destruição de Krypton, sendo adotado por Jonathan e Martha Kent. Quando seus pais adotivos morrem, Clark vai para Metrópolis e se junta ao Daily Planet. Ele descobre sua fraqueza, o Kryptonita, ao investigar uma nova pedra encontrada por um homem. O serial termina com cliffhangers e contém cenas de voo animadas devido ao orçamento limitado.

O Homem Atômico Contra o Super-Homem - 1950
Composto por 15 capítulos, dirigido por Spencer Gordon Bennet e produzido pela Columbia Pictures. Este é o segundo seriado do Super-Homem, com Kirk Alyn reprisando seu papel como o herói titular, e Noel Neill interpretando Lois Lane. Lyle Talbot assume o papel do vilão Lex Luthor, que adota a identidade de "Homem Atômico" para executar seus planos nefastos.

Na trama, Lex Luthor ameaça Metrópolis com diversos dispositivos mortais, incluindo uma máquina de desintegração que pode reduzir pessoas a átomos e reconstituí-las em outro lugar. Super-Homem enfrenta esses desafios, mas Luthor, ciente da vulnerabilidade do herói à kriptonita, cria uma versão sintética do mineral. Ele expõe Super-Homem à kriptonita durante o lançamento de um navio, fazendo-o desmaiar e permitindo que seus capangas o capturem. Super-Homem é então enviado para a "Empty Doom", uma dimensão paralela da qual precisa escapar para salvar Metrópolis.

O seriado foi lançado em 20 de julho de 1950 e é notável por seus efeitos especiais da época, incluindo o uso de animação para representar longos voos do Super-Homem. 

Norma Marie Talmadge nasceu em 2 de maio de 1894, em Jersey City, Nova Jersey. Filha mais velha de Frederick O. Talmadge, um alcoólatra crônico desempregado, e Margaret "Peg" Talmadge, enfrentou uma infância marcada pela pobreza ao lado de suas irmãs mais novas, Natalie e Constance, que também se tornariam atrizes. Após o abandono do pai, sua mãe assumiu diversas atividades para sustentar a família, incluindo lavar roupas e dar aulas de pintura.

Aos 14 anos, Norma iniciou sua carreira como modelo para slides de músicas ilustradas, exibidos nos cinemas antes dos filmes. Sua mãe, determinada a inserir a filha na indústria cinematográfica, conseguiu para ela um papel na Vitagraph Studios em 1910. Norma começou com pequenas participações e, rapidamente, conquistou papéis de destaque, incluindo uma participação significativa em "A Tale of Two Cities" (1911).

No início da década de 1920, Norma Talmadge já era uma das atrizes mais populares do cinema mudo, especializada em melodramas. Entre seus filmes mais notáveis estão "Morrer Sorrindo" (Smilin' Through, 1922), "Segredos da Mocidade" (Secrets, 1924) e "A Grande Dama" (The Lady, 1925), dirigidos por Frank Borzage. Sua irmã mais nova, Constance Talmadge, também alcançou sucesso como estrela de cinema, estrelando comédias.

Em 1916, Norma casou-se com o produtor milionário Joseph M. Schenck, e juntos fundaram sua própria companhia de produção cinematográfica. Após consolidar sua fama nos estúdios da Costa Leste, mudou-se para Hollywood em 1922, onde continuou sua carreira de sucesso.

Norma Talmadge foi uma das estrelas mais elegantes e glamorosas da década de 1920. No entanto, com o advento do cinema falado, sua popularidade começou a declinar. Após a recepção negativa de seus dois primeiros filmes sonoros, decidiu se aposentar, mantendo, contudo, uma considerável fortuna acumulada durante sua carreira.

Após sua aposentadoria, Norma viveu discretamente, afastada dos holofotes que marcaram sua juventude. Sua contribuição para o cinema mudo permanece significativa, embora seu nome não seja tão lembrado quanto o de algumas de suas contemporâneas.

Norma Talmadge faleceu em 24 de dezembro de 1957, em Las Vegas, Nevada.

FONTE
https://wfpp.columbia.edu/pioneer/ccp-constance-talmadge-and-norma-talmadge/
https://www.imdb.com/name/nm0848232/

"Castelo Rá-Tim-Bum" é uma série infantil brasileira exibida pela TV Cultura entre 1994 e 1997, com 90 episódios. Criada por Flávio de Souza e Cao Hamburger, a produção tornou-se um marco na televisão brasileira, reconhecida por sua qualidade educativa e originalidade. Com picos de audiência de até 14 pontos, foi o programa educativo mais assistido da emissora. A série misturava elementos de fantasia, humor e aprendizado, conquistando um público diversificado e indo além do público-alvo de crianças entre 3 e 8 anos.

A trama gira em torno de Nino, um menino feiticeiro de 300 anos, que vive em um castelo mágico com seu tio, Dr. Victor, e sua tia-avó Morgana, feiticeira de 6.000 anos. Sentindo-se solitário, Nino usa magia para trazer três crianças humanas – Biba, Pedro e Zequinha – ao castelo. Juntos, eles vivem aventuras e aprendem sobre ciência, cultura e valores. Além das crianças, o enredo inclui visitas de personagens especiais como Bongô, Penélope, Caipora e o extraterrestre Etevaldo.

Produzida com um orçamento elevado de 1,2 milhões de dólares, "Castelo Rá-Tim-Bum" destacou-se também pelos bonecos criados por Jésus Sêda e roteiros de escritores renomados como Anna Muylaert, Bosco Brasil e Dionísio Jacob. A série recebeu apoio de instituições como Fiesp, Sesi e Senai, reforçando seu caráter educativo. Inicialmente, teria outros títulos, como "Castelo do Doutor Victor", mas foi rebatizada para manter a conexão com o programa "Rá-Tim-Bum", também da TV Cultura.

A série foi exibida originalmente na TV Cultura, reprisada até 2016 e transmitida por outros canais como TVE Brasil, TV Brasil e a TV Rá-Tim-Bum. Em 2024, foi digitalizada e reprisada como parte da comemoração dos 55 anos da emissora. Internacionalmente, foi exportada para Cuba, Chile, Uruguai, República Dominicana e Portugal, com o título "Castillo Rá-Tim-Bum", sendo a primeira série da TV Cultura a alcançar esse feito.

"Castelo Rá-Tim-Bum" também inspirou uma franquia, incluindo o filme de 1999 e os programas "Teatro Rá-Tim-Bum" e "Ilha Rá-Tim-Bum". Em 2023, o ator Pascoal da Conceição revelou que o personagem Dr. Abobrinha foi inspirado na disputa histórica entre o Teatro Oficina e o Grupo Silvio Santos, ressaltando como a série incorporava temas da realidade brasileira.

Mesmo décadas após seu lançamento, "Castelo Rá-Tim-Bum" é lembrado por seu impacto cultural e educativo. A produção continua a ser uma referência em conteúdo infantil no Brasil, marcando gerações de telespectadores e reafirmando a relevância da criatividade na educação e no entretenimento.

Totalmente obscura por muitos anos, Cléo de Verberena desempenhou um papel essencial nos primórdios do cinema brasileiro: foi a primeira mulher a dirigir um filme no país. Como aconteceu em diversas partes do mundo, ela, assim como muitas outras mulheres, teve seu legado apagado, sendo redescoberta apenas recentemente. No entanto, ainda há necessidade de maior reconhecimento e mais homenagens por sua coragem em atuar como diretora em um meio predominantemente masculino.

Seu nome de batismo era Jacyra Martins da Silveira. Nascida em Amparo, mudou-se para a capital de São Paulo após a morte de seu pai. Foi lá que conheceu Cesar Melani, com quem se casou e teve um filho. Ambos compartilhavam uma paixão pelo cinema, que os motivou a produzir um filme, especialmente após Cesar receber uma herança. Com o dinheiro, fundaram a Épica Film e, em 1930, iniciaram a produção de O Mistério do Dominó Preto. Nesse período, o casal adotou os pseudônimos Cléo de Verberena e Laes Mac Reni.

Além de dirigir, Cléo também protagonizou o filme, que foi sua única atuação no cinema. A trama gira em torno do assassinato de Cleo, uma mulher casada, durante o Carnaval em São Paulo, enquanto usava a fantasia preta de Dominó, que oferecia completo anonimato. Cleo é envenenada a caminho de um encontro com seu amante por alguém também fantasiado de Dominó. Apesar de morta logo no início, ela reaparece em flashbacks que revelam suas relações com os outros personagens. A investigação do crime é conduzida por um ex-amante, e o anonimato da fantasia é um elemento central da narrativa.

Durante a produção do filme, diversos jornais e revistas destacaram o fato de ser dirigido por uma mulher. Em janeiro de 1931, o jornal A Gazeta publicou uma nota evidenciando essa "inovação" e destacou que, além de protagonizar, Cléo também dirigia o longa. Apesar disso, o texto mencionava que muitos haviam fracassado ao tentar dirigir um filme, insinuando um ceticismo velado. Já em 1930, a revista Cinearte publicou o artigo "A Primeira Diretora do Cinema Brasileiro", que fazia um resumo de sua vida e desafios na produção e direção do filme. O texto incluía elogios de pessoas que acompanharam seu trabalho nos estúdios da Épica Film.

Trecho da revista destacava:

"Estou apostando. Querem saber? Depois de O Mistério do Dominó Preto, Cleo Verberena será o nome que todos escreverão em suas carteiras. O nome que todos guardarão. A figura que enfeitará o sonho de muita gente. A mulher que reuniu a inteligência de uma direção com a beleza de uma interpretação fina e primorosa. Guardem bem este nome! Ela ainda será uma referência dentro desse ideal que já se realiza, tão lindamente, no Cinema Brasileiro!"

O filme estreou em 1931, em São Paulo e Curitiba, mas não alcançou grande sucesso. Sofreu com as dificuldades de distribuição nacional, em uma época em que os exibidores priorizavam filmes americanos mais populares em detrimento das produções nacionais. Isso resultou em prejuízos financeiros que acabaram arruinando a vida econômica do casal.

Após esse episódio, Cléo foi cogitada para protagonizar o filme Canção do Destino, que nunca chegou a ser produzido. Em 1931, assinou o roteiro do filme Casa de Caboclo.

Cesar Melani faleceu prematuramente, aos 31 anos. Cléo de Verberena faleceu em 1972, aos 63 anos. Com o passar do tempo, "O Mistério do Dominó Preto", tornou-se um filme perdido.

FONTES
https://www.mulheresdocinemabrasileiro.com.br/site/mulheres/visualiza/428/Cleo-de-Verberena/4
https://wfpp.columbia.edu/pioneer/cleo-de-verberena/

Recomendo também o livro Cleo de Verberena e o Mystério do Dominó Preto, escrito por Marcella Grecco. A obra traz mais detalhes e informações sobre Cléo e a produção do filme. Clique na imagem para ser levado ao site da editora.

Batman é um super-herói criado por Bob Kane e Bill Finger, que apareceu pela primeira vez em 1939 na revista Detective Comics #27. No Universo DC, ele é a identidade secreta de Bruce Wayne, um bilionário filantropo de Gotham City que, após testemunhar o assassinato de seus pais na infância, jura vingar suas mortes e combater o crime. Treinando física e intelectualmente, ele adota a figura do morcego como símbolo e se torna um vigilante, combatendo criminosos nas ruas de Gotham. Ao longo de sua jornada, Batman conta com aliados como Alfred Pennyworth, Robin e Batgirl, além de enfrentar inimigos como o Coringa, Pinguim e Duas-Caras.

A criação de Batman foi inspirada em personagens de ficção, como o Sombra e Sherlock Holmes, e nasceu com a intenção de capitalizar o sucesso do Superman. Inicialmente, ele era retratado como um vigilante implacável, muitas vezes matando seus inimigos, mas ao longo do tempo, seu caráter evoluiu para um herói com um código moral que proíbe matar. Diferente de outros super-heróis, Batman não possui superpoderes; sua força vem de suas habilidades físicas, intelecto e riqueza.

Ao longo dos anos, diversas adaptações cinematográficas e televisivas sobre Batman surgiram. Ainda na década de 1940, foram feitas duas adaptações em forma de seriados: Batman (1943) e Batman e Robin (1949), ambos suplantados pelo seriado exibido entre 1966 e 1968. Vale lembrar que esses dois seriados foram exibidos nos cinemas.

Batman - 1943
Produzido pela Columbia Pictures, foi a primeira adaptação cinematográfica do personagem da DC Comics. Lewis Wilson interpretou Batman e Douglas Croft, Robin, enfrentando o vilão Dr. Daka, um agente secreto japonês durante a Segunda Guerra Mundial. O enredo segue os dois heróis tentando impedir os planos de Daka, que tenta roubar radiação para alimentar uma arma de raios mortais.

Este foi o primeiro filme a apresentar elementos icônicos da mitologia de Batman, como a Batcaverna e sua entrada secreta através de um relógio de pêndulo. O filme também alterou a aparência de Alfred, tornando-o mais magro, inspirado no ator William Austin, o que influenciou a representação do personagem nas histórias subsequentes.

O sucesso do seriado gerou uma sequência em 1949, Batman and Robin, e o seriado foi relançado em 1965. A popularidade da série inspirou a criação da comédia de ação Batman de 1966, estrelada por Adam West. O seriado original se destacou pela sua ação e por definir o tom de muitas adaptações de Batman que viriam a seguir.

A trama de Batman mistura ação com espionagem, com Batman e Robin investigando atividades suspeitas de uma rede de sabotadores japoneses em Gotham. Em uma das cenas memoráveis, eles enfrentam o vilão Dr. Daka e sua invenção, uma arma capaz de dissolver qualquer coisa com seu raio destruidor.

Além de sua importância histórica, o seriado foi crucial para o sucesso contínuo de Batman em várias mídias. A abordagem mais séria e realista da série ajudou a consolidar o personagem como um ícone da cultura pop e abriu o caminho para futuras representações no cinema e na televisão.

Com 15 capítulos, o seriado foi bem sucedido nas bilheteiras e se manteve relevante ao longo das décadas seguintes. 

Batman e Robin - 1949
Também produzido pela Columbia Pictures, foi protagonizado por Robert Lowery como Batman e Johnny Duncan como Robin, este seriado conta a história de Batman e Robin enfrentando o vilão misterioso conhecido como o "Wizard", que usa um dispositivo eletrônico para controlar veículos e desafiar os heróis. A identidade do Wizard permanece oculta até o final, e a história se desenrola ao longo de 15 capítulos.

A produção enfrentou várias dificuldades, incluindo o uso de roupas de Batman e Robin de qualidade inferior e falhas de continuidade, como o uso do Bat-Sinal durante o dia e uma falha de lógica em uma cena com uma tocha. Apesar disso,  teve sucesso e foi relançado em várias mídias.

Em comparação com o primeiro seriado, Batman e Robin apresenta um orçamento mais restrito e algumas limitações técnicas. Por exemplo, o Batmóvel não aparece, e a dupla usa um Mercury de 1949. 

Charles Spencer Chaplin, conhecido como Charlie Chaplin, nasceu em 16 de abril de 1889 em Londres, Inglaterra. Filho de artistas de music hall, enfrentou uma infância marcada por pobreza e dificuldades, especialmente após a morte precoce do pai e a internação da mãe em um asilo psiquiátrico. Desde cedo, Chaplin demonstrou talento para as artes cênicas, iniciando sua carreira como dançarino e, posteriormente, como ator em peças teatrais e comédias.

Em 1910, integrou a companhia de comédia de Fred Karno, que o levou aos Estados Unidos. Sua performance chamou a atenção da indústria cinematográfica, e em 1913 ele assinou contrato com a Keystone Studios, onde criou o icônico personagem "The Tramp" (O Vagabundo). Com seu chapéu-coco, bengala e bigode característicos, o Vagabundo rapidamente se tornou um símbolo do cinema mudo.

Chaplin não apenas atuava, mas também dirigia, escrevia e produzia seus filmes, demonstrando um perfeccionismo que o levou a fundar, em 1919, a United Artists, garantindo controle total sobre suas obras. Entre seus filmes mais notáveis estão "O Garoto" (The Kid, 1921), "Em Busca do Ouro" (The Gold Rush, 1925), "Luzes da Cidade" (City Lights, 1931) e "Tempos Modernos" (Modern Times, 1936). Este último é uma crítica à industrialização e seus efeitos desumanizadores sobre os trabalhadores.

Com a transição para o cinema falado, Chaplin lançou "O Grande Ditador" (The Great Dictator, 1940), seu primeiro filme com diálogos, no qual satiriza Adolf Hitler e o nazismo. O discurso final do filme é um apelo eloquente à paz e à humanidade.

Nos anos 1940 e 1950, Chaplin enfrentou controvérsias, incluindo acusações de simpatias comunistas e escândalos pessoais, que culminaram com sua saída dos Estados Unidos em 1952. Estabeleceu-se na Suíça, onde continuou a trabalhar, embora em ritmo reduzido. Seus filmes posteriores incluem "Monsieur Verdoux" (1947), "Luzes da Ribalta" (Limelight, 1952) e "A Condessa de Hong Kong" (A Countess from Hong Kong, 1967).

Ao longo de sua carreira, Chaplin recebeu diversos prêmios, incluindo um Oscar honorário em 1972 por sua contribuição ao cinema. Seu legado perdura, com filmes que continuam a ser celebrados por sua combinação única de comédia e crítica social, refletindo as lutas do "homem comum" contra as adversidades da vida moderna. Chaplin faleceu em 25 de dezembro de 1977, em Vevey, Suíça.